Jorge Ribeiro negou, esta quarta-feira, que tenha tentado agredir o CEO da SAD do Farense, André Geraldes, no passado dia 16. O internacional português, no Farense desde 2016/17 (e esta temporada promovido a capitão de equipa), foi suspenso no dia 17, precisamente antes da partida que decidia a permanência do clube algarvio na II Liga, depois de um confronto com o dirigente, que na altura chamou mesmo a polícia às instalações do clube e apresentou queixa-crime contra o jogador.
A discussão terá ocorrido devido a divergências entre jogador e dirigente sobre a renovação do seu contrato, que termina no próximo mês de junho. Descontente com a resposta que recebeu de André Geraldes, Jorge Ribeiro – de acordo com testemunhas presentes no local nesse momento – terá reagido de forma visivelmente alterada e dirigido de forma de imprópria ao CEO da SAD, com quem quase chegou a vias de facto.
Esta quarta-feira, numa conferência de imprensa onde se fez acompanhar por Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, Jorge Ribeiro desmentiu esta versão e anunciou ele mesmo a intenção de avançar com uma queixa-crime contra André Geraldes por ameaças e difamação. "Irei recorrer a todos os meios legais à minha disposição para repor a verdade e exigir responsabilidade de quem denegriu o meu bom nome e reputação, em especial o senhor André Geraldes, por todos os danos que me causou e continua a causar", salientou o irmão do antigo internacional Maniche, antes de contar a sua versão do filme dos acontecimentos.
"Na semana anterior ao jogo com o Académico de Viseu, fui surpreendido por um telefonema de um membro da SAD a dar conta de que o André Geraldes teria dito à administração que, na segunda-feira após o jogo, iria despedir o Jorge Ribeiro. Solicitei então uma reunião ao presidente da SAD, João Rodrigues, para esclarecer a situação. Perante a indisponibilidade deste, reuni apenas com o André Geraldes, que reagiu de forma agressiva e prepotente, afirmando que o poderia fazer como bem entendesse, para de seguida associar a minha família à discussão, dizendo para tomar cuidado como falava, pois sabia onde morava, que tenho uma mulher grávida e filhos", contou Jorge Ribeiro, visivelmente emocionado.
"Exaltei-me, porque não admito ameaças à minha família, mas em nenhum momento tive contacto físico com ele. Virei costas e saí do local. Se as autoridades foram chamadas ao local, desconheço. Se tal aconteceu, foi após a minha saída", completou o jogador de 37 anos, lembrando ainda ter sido impedido por seguranças de entrar nas instalações da SAD no dia seguinte, mesmo depois de lhes pedir (sem êxito) documentação a provar o impedimento, o que levou a GNR a tomar conta da ocorrência. "Desejo ao Farense toda a sorte do mundo, orgulhoso do meu percurso profissional, em especial neste clube, não só pelos 92 jogos e 20 golos, mas pelo muito que vivi, ao contrário de outros, com uma passagem oportunista pelo desporto. Sei que o ataque pessoal de que fui vítima não reflete o sentimento de todos quantos trabalharam comigo ao longo dos últimos anos", concluiu Jorge Ribeiro.
Joaquim Evangelista tomou então a palavra, lamentando o episódio, que comparou "ao que está a acontecer no Arouca e no Nacional". "Este tipo de dirigentes continuam a marcar o futebol português pela negativa, entendendo que vale tudo para atingir os seus fins e têm um ego maior do que os jogadores", salientou o presidente do Sindicato dos Jogadores.
À Agência Lusa, fonte próxima de André Geraldes rejeitou a acusação, ressalvando que o dirigente está tranquilo e que tem sete testemunhas que presenciaram a situação e que poderão confirmar a sua versão. Ainda assim, o antigo team manager do Sporting deverá prestar mais esclarecimentos num comunicado a ser emitido em breve.