Um rapaz de 12 anos foi declarado morto num hospital no Indiana, nos Estados Unidos, no passado dia 24 depois de sofrer de diversos abusos e de negligência por parte do pai, Luis Posso, e da madrasta, Dayana Medina-Flores – que se encontram presos e acusados de homicídio, negligência e agressão a menores.
De acordo com os registos judiciais obtidos pela CNN na passada segunda-feira, a morte de Eduardo foi classificada como homicídio por um patologista forense. Na origem da morte estiveram complicações provenientes da fome e da desnutrição, conjuntamente com a ausência de cuidados médicos.
Eduardo esteve acorrentado a um toalheiro numa casa de banho de um motel, onde a família vivia, durante semanas com uma coleira de choques colocada em volta do seu pescoço, segundo declarações.
Segundo a madrasta da criança, no dia anterior à sua morte, Eduardo encontrava-se fraco demais para se alimentar. Na manhã seguinte quando foi “visitar” a criança à casa de banho encontrou-o frio e o pai levou-o ao hospital. Quando chegou ao local, Eduardo estava inconsciente e a equipa médica acabou por declarar a sua morte momentos mais tarde. A equipa declarou que Eduardo apresentava hematomas, lacerações e úlceras em todo o corpo.
Quando a investigação foi aberta e o quarto de motel foi investigado foram encontradas correntes, cordões, punhos de segurança, uma coleira de choques eléctricos e cadeados sob as molas de uma das camas.
Ao verificar o telemóvel dos agressores, um vídeo foi encontrado no telemóvel de Medina-Flores em que se via Eduardo deitado na banheira e preso e uma mensagem enviada para Luis a contar que “Eduardo quase tinha escapado das correntes". No telemóvel do pai foi encontrada uma selfie com o filho dentro da banheira.
Medina-Flores admitiu aos investigadores que Eduardo tinha sido espancado pelo marido com um cinto, um sapato e as próprias mãos. A mulher alegou ainda que o pai da criança tinha utilizado cordões, correntes e a corrente de choques eléctricos, mais de dez vezes, para prender a criança.
Durante o depoimento, a mulher disse que quando o casal não trazia Eduardo para ajudar no trabalho – distribuição de publicidade – preferiam prendê-lo em casa e monitorizavam-no via vídeo.
A mãe da criança, Aurea Garcia, disse não fazer ideia de que o filho já não estava a viver no estado da Flórida. A mulher ficou surpreendida quando as autoridades chegaram à sua casa e pensava que a polícia a tinha visitado para a informar de que os seus filhos iriam voltar para a sua guarda. "Nunca me passou pela cabeça que ele ia fazer algo horrível. Como podes ter feito isso com o meu filho? Não podes fazer isso, matá-lo de fome, acorrentá-lo. Como se pode que alguém faria isso especialmente a alguém do próprio sangue?", questionou exaltada.