“Foram apenas mantidas as componentes referentes aos resultados da área e aos resultados individuais, em função do contributo de cada trabalhador para as medidas de redução de custos e de aumento de receitas implementadas em 2018” avançou a comissão executiva da TAP num comunicado enviado às redações, onde se pode ler que a companhia aérea não atribuiu prémios relativos aos resultados da empresa.
Recorde-se que 180 trabalhadores da TAP receberam 1 milhão e 17 mil euros em prémios, num ano em que a transportadora teve prejuízos de 118 milhões. O brasileiro Antonoaldo Neves, líder da comissão executiva da companhia, afirmou que “não tem nada de errado com isso”, contudo, a mesma esclareceu esta sexta-feira os seus “distintos programas de compensação variável”. De acordo com a TAP, foi implementado, há dois anos, “um novo programa de avaliação de desempenho com o objetivo de promover uma cultura de mérito e de avaliação de resultados na empresa”.
Sublinhe-se que o denominado “programa de mérito”, visto como “fundamental” para os resultados obtidos no ano passado, contrasta com o prejuízo significativo. Para além disso, no relatório de contas de 2018, não se encontra qualquer referência ao programa que se traduz “na possibilidade de uma remuneração variável em função do cumprimento das metas (…) resultados da empresa (…) resultados da área (…) resultados individuais”.
Dois quadros superiores, Abílio Martins e Elton D’Souza, receberam 220 mil euros em prémios, no total. Mas a TAP, no documento divulgado na imprensa, explicou que foram executadas “medidas de redução de custos e de aumento de receitas”. Martins trabalha na área de administração e, D’Souza, na gestão de receitas.
No comunicado, a TAP justificou a polémica adiantando que a informação relativa aos prémios “(…) foi ilicitamente divulgada e foi disponibilizada em “listas” de forma não rigorosa, com informações erradas, suprimidas e fora de contexto tanto na sua forma como quanto ao processo”.