Os quatro promotores bancários detidos durante esta semana, em Ponte de Lima, suspeitos por burlas de mais de um milhão e meio de euros, saíram já esta sexta-feira em liberdade do Tribunal de Viana do Castelo, caucionados em cinco mil euros e proibidos de contactarem entre si ou com lesados e testemunhas do caso.
Segundo o advogado Gonçalo Morais da Fonte, defensor de um dos arguidos, o juiz de instrução criminal da Comarca de Viana do Castelo aplicou ainda aos quatro promotores bancários a proibição de contacto entre si e do exercício em qualquer atividade bancária.
Dos quatro arguidos, somente um é que prestou declarações ao juiz, só que já a meio do interrogatório decidiu recuar no propósito, remetendo-se ao silêncio perante o magistrado.
Na sequência da operação da PJ de Braga, para além dos oito queixosos iniciais, foram já apresentadas algumas dezenas de queixas de outros clientes lesados, podendo as quantias em causa ascenderem mesmo a vários milhões de euros, segundo as primeiras informações.
Entre os quatro arguidos estão o presidente da Junta de Freguesia de Ribeira, em Ponte de Lima, Ricardo Pimenta (CDS/PP) bem como o presidente da Associação Empresarial de Ponte de Lima, António Lima, ambos indiciados pelos crimes de burlas qualificadas, associação criminosa, falsificação de documentos e abuso de confiança, sendo que todos os quatro suspeitos têm idade entre 37 e 55 anos, residindo no concelho de Ponte de Lima.
O Departamento de Investigação Criminal de Braga da PJ, em cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público de Viana do Castelo, realizou as detenções dos quatro suspeitos, com idades entre 37 e 55 anos, todas relacionadas com as atividades ilícitas que foram desenvolvendo quando faziam promoção bancária e a coberto da qual terão praticado os crimes imputados, causando prejuízos a clientes de um banco alemão, o Deutsche Bank, das entretanto extintas dependências bancárias, de Ponte de Lima e de Viana do Castelo, que ascendem para já a pelo menos mais de um milhão e 600 mil euros.
Segundo o responsável pela Polícia Judiciária de Braga, António Gomes, “da realização de treze buscas resultou a apreensão de seis viaturas de gama alta, dinheiro e vasta prova documental e digital”, estando as investigações criminais já numa fase muito adiantada e além dos atuais oito queixosos, o número poderá ser de cerca de dez vezes superior, em geral pessoas com pouca instrução escolar, grande parte antigos emigrantes que voltaram à região do Alto Minho e entregavam o dinheiro aos então promotores bancários, a fim de fazer render as suas poupanças, mas ficavam apenas com documentos falsificados em que simulavam haver depósitos no Deutsche Bank , mas o dinheiro seria para os suspeitos.