Militar português ferido na República Centro-Africana teve de amputar as duas pernas

Militar já se encontra em Lisboa

O militar português que, na última quinta-feira, sofreu um acidente de viação na República Centro-Africana teve de amputar as duas pernas.

De acordo com um comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) esta sexta-feira, citado pela agência Lusa, o militar sofreu um "traumatismo craniano sem perda de conhecimento" e um "traumatismo grave dos membros inferiores" que obrigou a "amputação bilateral”.

Segundo a mesma nota, o Soldado Comando foi “estabilizado no local do acidente de viação” e posteriormente transportado de helicóptero para o hospital da missão das Nações Unidas em Bangui, onde "foi submetido a uma cirurgia emergente, de controlo de danos, tendo sido verificada a necessidade e efetuada uma amputação bilateral dos membros inferiores", "sem intercorrências no intra ou pós-operatório imediato”.

O militar foi esta sexta-feira transferido para Lisboa para o serviço de urgência do Hospital das Forças Armadas (HFAR). De acordo com o comunicado do EMGFA, à entrada, pelas 14h45, o militar "encontrava-se consciente, colaborante, orientado e hemodinamicamente estável".

"Está agora em fase de avaliação multidisciplinar laboratorial, imagiológica e clínica diferenciada, envolvendo diferentes especialidades médico/cirúrgicas. Irá ficar internado na Unidade de Cuidados Intensivos do HFAR para monitorização e vigilância da evolução clínica", refere a nota, acrescentando ainda que se prevê uma "evolução e prognóstico favoráveis".

O EMGFA considera ainda que o HFAR “tem disponíveis as capacidades necessárias para garantir o tratamento atual e recuperação futura do militar acidentado" e informa que os psicólogos daquela unidade hospitalar e do Exército já estão a prestar apoio ao soldado e à sua família.

As causas do acidente são ainda desconhecidas, estando em curso um "processo de averiguações deste acidente em serviço, para apuramento das causas que levaram ao despiste da viatura". No entanto, "a forte precipitação que assola a região, bem como o estado altamente precário da rede viária, poderão ter contribuído para o despiste".