Na madrugada de sábado, dois operacionais da GNR foram atingidos com disparos de arma de fogo enquanto trabalhavam numa operação de fiscalização de trânsito na freguesia de Cernache, em Coimbra. A viatura com três ocupantes fugiu, mas cerca de trinta polícias não ficaram indiferentes e mostrando solidariedade perante o sofrimento dos congéneres, concentraram-se em frente ao Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.
A concentração foi convocada pelo Movimento Zero, um grupo de polícias que protesta contra as condições laborais, os salários reduzidos e acontecimentos como o julgamento do caso da Cova da Moura – recorde-se que oito polícias foram condenados.
No entanto, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG) percebeu que “este é um entre muitos episódios que ilustram o risco e perigo da missão de segurança pública acometida aos profissionais da GNR”, como se pode ler num comunicado enviado ao SOL, e decidiu que a falta de atenção prestada a essa realidade por parte do Governo tem de mudar.
Afirmando que não sabe se a postura governamental é justificada pelo “desconhecimento da realidade ou tentativa de minimizar a gravidade”, a APG apela ao reconhecimento do risco da profissão na medida em que “palavras de circunstância nada valem (…) quando são remuneratoriamente discriminados face à sua congénere, trabalhando mais horas”, pois os militares sentem-se desmotivados e indignados.