Gronelândia. Imagem viral chama atenção para aquecimento global

Europa quer fazer mais para travar as alterações climáticas. Novo estudo mostra que ser jornalista de ambiente é quase tão perigoso quanto ser repórter de guerra. 

Por muito que se escreva sobre as alterações climáticas, nada melhor do que exemplos práticos do que está a acontecer no nosso planeta. E esses exemplos tornam-se mais claros quando envolvem situações extremas, daí que a foto captada pelo cientista dinamarquês Steffen Olsen na Gronelândia se tenha tornado viral rapidamente.

Os sete cães que aparecem na imagem deveriam estar a puxar um trenó sobre o gelo. No entanto, a foto, captada no passado dia 13, mostra os animais com as patas submersas na água. O colega de Olsen, Rasmus Tonboe, usou o Twitter para explicar o que se estava a passar: “a forma como derrete rapidamente e a falta de permeabilidade do gelo [que subsiste] faz com que a água se mantenha à superfície”.

Este não é um fenómeno único: parte do gelo desta região costuma derreter em julho. O problema é que esta fotografia foi tirada antes da segunda quinzena de junho, o que mostra que o degelo está a acontecer cada vez mais cedo. E eventos extremos como estes podem não só afetar a subida do nível do mar a nível global, mas também a habitabilidade na zona: “As comunidades que residem na Gronelândia dependem do gelo para o transporte, a caça e a pesca”, alertou Steffen Olsen.

Menos poluição e mais sustentabilidade A Comissão Europeia pediu esta terça-feira aos Estados-Membros que aumentassem os esforços na aplicação do Acordo de Paris no que diz respeito à redução dos níveis de poluição e ao aumento da sustentabilidade energética.

“É preciso ainda maior ambição para colocar a União Europeia no bom caminho no combate às alterações climáticas e na modernização da nossa economia”, disse Miguel Arias Cañete, comissário europeu para o Clima e Energia, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

Recorde-se que a União Europeia comprometeu-se a reduzir as suas emissões de gases em 40 por cento até 2030. Aliás, segundo a Euronews, o tema das alterações climáticas – mais precisamente as metas para a neutralidade carbónica – será o foco da cimeira da União Europeia, que se realiza em Bruxelas na próxima semana.

O apelo de Guterres A semana passada ficou marcada pela divulgação da capa da Time, que mostra António Guterres com água pelos joelhos. 

“Para mim, as alterações climáticas são uma área onde as Nações Unidas têm obrigação de assumir liderança global”, disse o secretário-geral. “Não é uma questão de diplomacia… É absolutamente essencial para o planeta e temos obrigação de fazer tudo o que pudermos para reverter a situação atual”, acrescentou.

Os perigos associados ao jornalismo ambiental Mas falar sobre o que está por detrás destas questões está a tornar-se cada vez mais perigoso: o Comité para a Proteção dos Jornalistas registou nos últimos 10 anos a morte de 13 jornalistas que investigavam temas ambientais. Muitos outros foram vítimas de violência, assédio e intimidação. 

O mesmo estudo mostra que ser jornalista de ambiente é já quase tão perigoso como ser repórter de guerra.