O Presidente dos Estados Unidos anunciou oficialmente a sua candidatura na terça-feira num comício em Orlando, no estado da Florida. Numa arena cheia de apoiantes – cerca de 20 mil -, Donald Trump lançou a campanha de forma calma e bem preparada, usando a mesma estratégia que resultou na sua eleição para a presidência em 2016. Só não desceu das escadas rolantes douradas da Trump Tower desta vez.
“Vamos continuar a fazer a América Grande outra vez e vamos Manter a América Grande. Ó, vamos mantê-la tão grande. Melhor do que nunca. E é por isso que anuncio a minha candidatura para o segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos”, atirou Trump no meio de uma grande ovação, pausando o discurso e desviando-se do palco para deixar ouvir os uivos de uma plateia em delírio. Foi assim que Trump revelou o seu slogan de campanha: “Manter a América Grande”.
O Presidente, tal como em 2016, voltou a atacar Hillary Clinton “prendam-na”, e a radicalizar o discurso contra os seus adversários Democratas, chamando os seus líderes de “máfia raivosa de esquerda”. “Um voto num Democrata é um voto no crescimento do socialismo radical e na destruição do sonho americano”, proclamou Trump.
Se há coisa que a antiga estrela de televisão sabe fazer é manter a sua base de apoiantes exaltada, e firmemente ao seu lado: “Eles tentaram tirar-vos a dignidade. Mas não os vamos deixar fazer isso, pois não?”, questionou, declarando vitória sobre a máquina política que se opôs à sua eleição. “Eles tentaram apagar o vosso voto, apagar o vosso legado da grandiosa campanha – provavelmente a melhor campanha da história do nosso país”.
O Presidente não podia deixar de explorar um dos temas mais divisórios da sociedade norte americana: a imigração. “A agenda Democrata de fronteiras abertas é moralmente repreensível”, acusou Trump. “É a maior traição à classe média norte-americana e francamente, ao modo de vida americano”.
Sublinhe-se que nenhum candidato Democrata defende uma política de fronteiras abertas, nem o socialista Bernie Sanders. Em abril, numa conferência de imprensa no Estado de Iowa, quando um participante assumiu que Sanders propunha uma política de fronteiras abertas, fez questão de o interromper: “Quem é que acha que sugere abrir as fronteiras?”, e continuou “acho que está a obter a sua informação de forma errada. Não é essa a minha posição”. “Se abrirmos as fronteiras, meu Deus, há muita pobreza neste mundo”, rejeitando liminarmente a ideia : “Não me parece que seja uma coisa que possamos fazer neste momento”.