“A minha geração está a começar a entender que os jovens podem e devem liderar”, afirmou hoje António Guterres sobre o combate às alterações climáticas, no encerramento da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e do Fórum da Juventude Lisboa + 21, que decorreu este fim de semana, no Altice Arena, em Lisboa.
“Este encontro da juventude é particularmente importante, num momento em que há que reconhecer que os dirigentes políticos da minha geração não têm estado à altura dos desafios do nosso tempo e isso é particularmente grave nas alterações climáticas. É muito reconfortante para mim ver que são hoje os jovens que assumem a liderança e espero que possam levar os dirigentes políticos da minha geração a colocar-se do lado certo da história”, reforçou Guterres, que tinha discursado ainda enquanto primeiro-ministro há 21 anos no mesmo evento, na capital portuguesa.
O secretário-geral das Nações Unidas destacou que “temos hoje a mais numerosa geração jovem da história” e louvou a declaração aprovada por 50 ministros e 120 delegações de juventude, que concordaram em promover, cumprir e defender direitos humanos e liberdades fundamentais de todos os jovens com base em 19 princípios.“Sem ação na emergência climática esta geração pode vir a encarar consequências devastadoras. A declaração oferece uma forma de abordar estes desafios”, reforçou ainda António Guterres.
Marcelo apoia declaração de estado de emergência
O Presidente da República também marcou presença no evento internacional. Acompanhado pelo ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou o momento para manifestar o seu apoio na criação de uma declaração de estado de emergência climática. “Eu já apoiei a ideia. Espero que seja aprovada brevemente”, declarou o chefe de Estado dirigindo-se aos cerca de 30 jovens ativistas que se encontravam à porta do Altice Arena.
Contudo, sobre esta matéria, Marcelo irá ter de enfrentar o primeiro-ministro António Costa e o ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes, que já expressaram publicamente que não encontram nenhum interesse em ir para a frente com essa declaração. Os responsáveis acreditam que se trata de um mero ato simbólico.
Para além da luta contra as alterações climáticas, o combate à violência contra as mulheres e a necessidade de erradicar a pobreza em todas as suas formas, são outros dos desafios globais assumidos na declaração final, que atualiza o documento assinado em 1998 em Lisboa.
Há mais de duas décadas, o Governo ao lado dos parceiros das Nações Unidas, organizou a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, que se tornou numa importante plataforma para as políticas para a juventude. Na declaração final, os ministros e líderes mundiais comprometem-se a desenvolver um conjunto de políticas que visam melhorar a vida dos jovens e que vão ao encontro das suas preocupações. Este ano, a declaração final desta cimeira será integrada na Agenda 2030.