Desde sexta-feira que a vida conjugal de Boris Johnson, o candidato favorito à liderança dos conservadores, tem estado em discussão. O carácter do potencial primeiro-ministro britânico tem sido posto em casa pelo facto da policia ter sido chamada à casa onde vive com a sua companheira, Carrie Symonds, por causa de uma discussão. Symonds gritou “larga-me”, e “sai do meu apartamento”, enquanto se ouviam “encontrões e estrondos”, segundo contaram os vizinhos ao The Guardian.
Johnson recusou repetidamente comentar o assunto, respondendo à rádio LBC: “As pessoas têm direito de me perguntar o que quero fazer pelo país”. O seu adversário, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, concordou que “a vida pessoal das pessoas é um assunto só para elas”. Mas exigiu respostas, em declarações à Sky News: “Se Boris recusa a responder a perguntas nos media, recusa fazer debates ao vivo, é claro que as pessoas estão a pensar em quem vão ter como primeiro-ministro”.
Não é a primeira vez que um assunto pessoal toma destaque nesta disputa. A candidatura do ministro do Ambiente, Michael Gove, foi abalada pela revelação que consumiu cocaína quando era jornalista – apesar de defender a criminalização das drogas. Gove era um dos favoritos, sendo ultrapassado por Hunt depois da polémica. Agora, Johnson arrisca o mesmo destino, apesar de não ser um cenário provável, dada larga vantagem que tem sobre o ministro dos Negócios Estrangeiros – que teve o apoio de apenas 77 deputados conservadores, enquanto o favorito teve 160. Além disso, o público britânico sabe que a polémica faz parte do pacote Johnson, que foi despedido do The Times por inventar uma citação e de um comité dos conservadores por mentir acerca de um caso extraconjugal.