Os pais descreviam-na como “um sonho tornado realidade” e “uma excelente dançarina e nadadora”. Em maio do ano passado, mais precisamente, no dia 14, saiu da sua casa, em Dublin, com um 'amigo' ao início da tarde. O motivo? Achava que ele a levaria até ao adolescente de quem gostava. Contudo, o desfecho do alegado encontro foi trágico: três dias depois, Ana Kriégel, de 14 anos, foi encontrada morta, numa casa abandonada em Lucan, a 3km da sua habitação.
Com uma ligadura no pescoço, cinquenta ferimentos na cabeça e no corpo e, de acordo com um médico patologista, violada variadas vezes, a adolescente perdeu a vida às mãos de duas crianças de 13 anos. A verdade é que a vida da menina nunca tinha sido fácil: adotada por Patric e Geraldine Kriégel, aos dois anos, na Rússia, tinha uma fraca memória a curto prazo, a sua visão e audição não eram fortes e foi operada a um tumor. Socialmente, era considerada “estranha”.
No dia em que foi assassinada, Kriégel foi abusada sexualmente de forma alternada pelos indivíduos que detinham o intitulado, pelas autoridades irlandesas, “kit de homicídio” que continha máscaras de zombie, luvas pretas, caneleiras e joalheiras. Para os pais da vítima mortal, citados pelo Daily Mail, a sua “inocência e necessidade de ter amigos” eram os motivos que a tornavam mais vulnerável.
Os homicidas, de 13 anos à época do crime, tiveram direito ao anonimato por serem menores, sendo intitulados de “rapaz A” e “rapaz B”. Após um julgamento de seis semanas, foram acusados de homicídio: aliás, um dos rapazes foi também acusado de abuso sexual agravado. No Tribunal Central de Dublin, o rapaz A negou as acusações, contudo, sangue de Ana foi encontrado nas suas botas. Por outro lado, o seu sémen também foi encontrado no cadáver da jovem.
Segundo a defesa dos criminosos, estes eram “obcecados por Satanás e pelo voyeurismo”. Mas esta teoria não convenceu o júri: estarão detidos até 15 de julho e sentenciados numa data posterior.