O Governo investiu 168 milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em 2018, registando assim um aumento de 6,5% face ao ano anterior. Mas a despesa total fixou-se em 2.753 milhões de euros, um valor que representa cerca de 1,4% do PIB nacional. Os números foram avançados pelo Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN 2018), publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, que destaca o aumento de 7,2% da despesa privada em I&D, que se traduz em 94 milhões de euros e representa, juntamente com a despesa em instituições privadas sem fins lucrativos, cerca de 52% da despesa nacional total em investigação e desenvolvimento científico.
O setor de ensino superior fixa a despesa em I&D num total de 1.155 milhões de euros, um aumento de cerca de 5% em relação a 2017.
O relatório disponibilizado esta tarde fala de um crescimento “sistemático” da despesa em I&D desde 2015 e que registou, desde então, um crescimento de 35%. O documento reforça que “o aumento da despesa privada em I&D reflete o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do setor privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal”.
A intenção de aumentar a competitividade da economia portuguesa e o “incentivo à aplicação de atividades de I&D em novos produtos, processos, modelos organizacionais ou marketing” através do investimento privado neste índice já tinha sido avançada na Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/2018, publicada no dia 8 de março do ano passado.
Recursos humanos: tendência empregadora reflete investimento
O IPCTN esclarece ainda que, no ano passado, 8,9 em cada mil portugueses trabalharam em regime equivalente a tempo integral (ETI) como investigadores, totalizando quase 47 mil trabalhadores, mais 3,5% que em 2017. Destes, cerca de 62% do total representam o setor do ensino superior, e 35% condizem ao setor privado.
O relatório diz também que existiu um “crescimento de 7.866 investigadores ETI entre 2015 e 2018, ou seja um aumento de 20% nos últimos 3 anos”. Os números ampliam-se se todos os profissionais que trabalham investigação em regime de ETI forem contabilizados (incluindo não só os investigadores, como também técnicos, por exemplo), contabilizam um total de 57.150 profissionais, que refletem uma permilagem de 10,9 face à população portuguesa.
“Deve ser considerado que os resultados publicados refletem o esforço de modernização progressiva do processo de recolha de informação sobre o potencial científico e tecnológico nacional”, conclui em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.