Um homem, de 24 anos, acusado de desferir 22 facadas e de degolar a mãe depois de uma discussão foi condenado esta quarta-feira a 20 anos de prisão pelo Tribunal de Almada.
De acordo com a agência Lusa, na leitura do acórdão, o coletivo de juízes deu como provado grande parte dos factos que constam na acusação do Ministério Público (MP).
Segundo o tribunal, o arguido "não manifestou arrependimento pela sua conduta", sendo que o número de golpes e a violência utilizada são "claramente de enorme raiva e ressentimento", na sequência de uma discussão, que remonta a 27 de junho do ano passado.
Foi ainda realçada a "forma fria e calculista como o arguido tentou limpar o cenário do crime, enquanto a sua mãe se esvaía em sangue".
No primeiro interrogatório judicial, a 31 de junho de 2018, o arguido admitiu que tinha matado a mãe na sequência de uma discussão. No entanto, já na fase de instrução, a 19 de fevereiro de 2019, o homem disse que a acusação "não fazia qualquer sentido", uma vez que mantinha com a mãe uma relação "praticamente perfeita", referindo ainda que só tinha confessado o crime no primeiro interrogatório judicial devido "à pressão que sofreu por parte dos agentes policiais" para assumir o crime.
De acordo com a mesma agência noticiosa, o arguido alegou ainda que a mãe tinha sido morta por pessoas com quem tinha uma dívida relacionada com o transporte de droga.
Já em julgamento, o arguido voltou a reiterar a versão apresentada na fase de instrução, mas com “algumas discrepâncias”.
"A segunda versão apresentada pelo arguido não se mostra minimamente verosímil com as provas recolhidas. Bem mais coerente e consentânea com os elementos probatórios recolhidos está a primeira versão apresentada, incluindo prova pericial", referiu a presidente do coletivo de juízes, citada pela agência Lusa.
Concluiu-se que, "sem qualquer margem para dúvidas, foi o arguido que matou a sua mãe".