Autarca não chegou a acordo com moradores do Prédio Coutinho

José Maria Costa está em fase de pré-acordo apenas com um casal

O presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, anunciou na tarde desta sexta-feira não ter ainda chegado a acordo com os últimos moradores do prédio Coutinho, mas referiu que as negociações estão a decorrer bem no sentido de um eventual entendimento.

José Maria Costa falava aos jornalistas à saída de uma reunião com os residentes dos seis apartamentos do Edifício Jardim (Prédio Coutinho), no mesmo dia em que se iniciaram os trabalhos para a demolição do edifício habitacional de 13 andares.

No prédio Coutinho estão ocupados quatro apartamentos no Bloco Poente e dois no Bloco Nascente, onde José Maria Costa se deslocou, acompanhado por responsáveis da empresa VianaPolis, e escoltado por vários agentes do Comando Distrital da PSP de Viana do Castelo. O autarca anunciou que, entre as seis casas ainda ocupadas, está em fase de “pré-acordo” com um casal de ex-emigrantes em França, Fernando e Fernanda Rocha.

“Alguns moradores estão mais renitentes, mas pelo menos eu fiquei com a consciência de que fiz tudo, tudo, o que estava ao nosso alcance para que as pessoas saiam a bem e, sobretudo, a VianaPolis quer que as pessoas saiam com dignidade e por isso mesmo nós vamos continuar a reunir com os advogados dos moradores”, disse o socialista em declarações ao SOL.

A filha do casal de ex-emigrantes, Manuela da Cunha, acompanhou sempre a visita do presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo e declarou que “ainda não há acordo", mas que "está quase". Manuela da Cunha elogia ainda o facto de o autarca ter aceitado o desafio de se deslocar ao prédio Coutinho.

Os operários começaram agora a realizar a demolição junto aos apartamentos e o procedimento não está a ser feito de acordo com o que havia sido anunciado.

"[A demolição está a ser realizada] por cima e por baixo dos únicos apartamentos que estão ocupados, é para pressionar as pessoas a saírem de qualquer maneira”, afirmou ao SOL Raimundo Correia, filho de Agostinho Correia, de 88 anos, que é o habitante mais idoso do edifício.

Recorde-se que na manhã desta sexta-feira, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse que os moradores do prédio Coutinho,  têm de sair do edifício e refere que os “abusados” no processo são os poderes públicos.

O governante relembrou que os moradores perderam em tribunal todas as ações que interpuseram para impedir a demolição do edifício e que esta está prevista há 19 anos. Segundo João Matos Fernandes, os moradores têm “casas à espera deles”.

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