«Deus não gosta de linhas direitas.» Escreve António escondido na máscara de um Rasputin para Luísa, num diálogo que ela julgará de metáforas mas que virá ele esclarecer que não, não é metáfora, «é uma tragédia». De Linhas Tortas, um filme escrito por Carmo Afonso com realização de Rita Nunes (correalizadora da série Madre Paula, de Patrícia Müller), nenhum dos personagens sairá a salvo dela. Nem António (Américo Silva), nem Helena (Ana Padrão), nem mesmo Pedro (Miguel Nunes). Sobretudo no momento em que o destino que leva a vida de Luísa «por onde quer» passa finalmente para as suas mãos. A Joana Ribeiro, que a interpreta, juntaram-se Rita Nunes e Carmo Afonso para uma conversa no Espaço Nimas, em Lisboa, uma das salas onde o filme continua em exibição.
Quando a Luísa pergunta ao António, no Twitter, «isso é uma metáfora?» ele responde-lhe: «Não, é uma tragédia». Como parece ser o destino destas personagens. Como é que surgiu esta história – e a ideia de a Rita e a Carmo trabalharem neste filme juntas?
Carmo Afonso – Quando a Rita me convidou para escrever um guião verificou-se uma coincidência… Estive por acaso a pensar nisso há dias: se quando falaste comigo era uma história que tinha já acontecido ou se se deu a coincidência de aquilo me estar a acontecer quando tivemos aquela conversa. É que quando a Rita me falou em escrever o guião eu estava a viver uma história…
Joana Ribeiro – Parecida?
CA – Parecida nisto de ser possível estabelecer uma comunicação, e uma comunicação íntima, no sentido de sinceridade ou de envolvimento de quem está a comunicar, com alguém atrás de um perfil completamente improvável, sem nenhuma espécie de… sei lá, o perfil não puxava sequer à beleza, era uma outra coisa. E foi esse propósito que desenvolvemos.
Rita Nunes – Era uma figura histórica, de alguma forma.
Era mesmo um perfil como o deste [Grigori] Rasputin.
RN – Exatamente, um perfil deste género.
CA – E percebi o que quem está nas redes sociais percebe: o Twitter é uma rede com características particulares em relação às outras, porque é mesmo frequente no Twitter, pelo menos os grandes personagens e os perfis mais interessantes, serem identificados por personagens que as pessoas escolheram e não com a sua identidade. Esse anonimato é altamente defendido. Já ouvi dizerem que esta história se passa no Twitter mas que poderia ser noutra rede. Por acaso, acho que é mais fácil ela passar-se no Twitter, que tem uma forma de comunicação particular.
E a um nível mais intelectual.
CA – Mais intelectual, mais curto.
JR – Por isso é que as pessoas quando queres dizer mais coisas fazem vários tweets seguidos, não é?
CA – Sim, mas isso já é um truque baixo [risos]. É um excelente sítio para fazer amigos, e esses amigos anónimos são o melhor, porque fazemos amigos que não sabemos quem são, mas de quem de facto gostamos muito – um desses amigos veio ao Nimas no domingo – é um desses perfis com milhares e milhares de seguidores. Desenvolvemos assim relações: há ali cumplicidade, amizades profundas que não têm nada de conhecimento pessoal. Mas é um fight club: é também o melhor sítio para arranjar inimigos.
JR – Por isso é que é bom ter perfis anónimos.
CA – [Pausa] As pessoas afeiçoam-se de tal forma a esses perfis anónimos que acabam por se sentir tão comprometidas como nos outros em que dão cara. Imagina que uma discussão corre mal e a pessoa é completamente arrumada: há uma humilhação. Esse anonimato dá uma liberdade que é uma liberdade muito pequenina. E as pessoas afeiçoam-se muito àquele perfil, ao ponto de se confundirem até com ele. Não há essa liberdade que se imagina. E isso sente-se quando corre mal uma discussão.
RN – Sim, mas o António protege a sua identidade dessa forma.
CA – A identidade, sim…
O ego é que não. O facto de ninguém saber quem ele é não o salva, fica com o problema na mesma. Em relação à Luísa, não deixa de ter graça que seja a Joana a fazer o papel de uma atriz que vive no Twitter.
JR – Eu, que sou anti-redes sociais. Já não sou tanto. Chateavam-me muito as redes sociais.
RN – A pressão?
JR – Não só a pressão. De repente, parece que as pessoas vivem das redes sociais. Uma coisa da qual pude escapar, pelo menos quando comecei a trabalhar, porque não havia ainda. Mas parece-me que a geração abaixo da minha vive… E aquilo é mentira. Ter 600 mil followers é…
RN – Inclusivamente, nós comprámos. Para os perfis dos personagens, comprámos perfis via um site indiano.
JR – São sempre os indianos que fazem isso.
RN – Os perfis, criámos. Mas tinham que ser pessoas que eram seguidas. Também o podíamos ter feito em pós-produção, mas tínhamos tantas limitações que era mais simples filmar direto. E, sim, comprámos perfis. Isto para dizer que tudo isso, como o número de followers, é manipulável.
JR – O meu problema é quando olho para os seguidores e penso: destas pessoas todas, conheço quantas? Menos de cem? Não quero partilhar a minha vida com pessoas que não conheço. É estranho para mim.
CA – É a maior concretização que já existiu da democracia – e que também mostra bem os perigos da democracia. Isto nunca tinha acontecido: toda a gente consegue lá chegar e criar o que quiser. Depois, com alguma inteligência, com algum sentido estético, com alguma sorte ou com alguma habilidade, cria um palco. E a partir daí… é isto que é acordarmos e ouvirmos 500, mil, 1500 vozes. As cabeças das pessoas, que eram silenciosas, agora estão ali. Claro que isto é muito intenso.
RN – Mas as redes sociais são só um ponto de partida para tudo o resto. Acho que há mais assuntos para falar sem ser isso.
Como o eterno tema da família como um dos maiores centros de conflito.
CA – É o maior dos nossos problemas. A família é onde começa o drama de toda a gente. É muito difícil conhecer uma pessoa que não tenha um passado familiar de alguma maneira complexo. O caso do Pedro é um…
JR – O Pedro é um sociopata.
RN – É o amante da mãe. Tem um complexo de Édipo.
«Sim, Helena, põe-te bonita que eu levo-te a jantar», diz à mãe quando o pai recusa o convite para jantar.
CA – É a mistura de gostar muito da mãe, de estar sempre a tentar compensar a mãe, que merece tudo, com não estar à altura do pai, não é?
Sim, ele também quer ser o pai.
CA – Ser o intelectual que o pai é. Mas não é.
JR – Apesar de estudar muito e de não querer…
CA – Fazer nada.
JR – Fica ali. É daquelas pessoas que ficam naquela ilusão de que estão a estudar e a fazer coisas mas que na verdade não estão a fazer nada.
Mas então, Rita, o Linhas Tortas, começou com uma proposta à Carmo…
RN – Exato. E a partir daí começámos a trabalhar juntas num processo de escrita que se prolongou por mais de um ano, porque a Carmo não é argumentista, foi um desafio que aceitou.
JR – Agora é.
RN – Pois, mas é advogada, tem um escritório, trabalha imenso, não tem a disponibilidade de uma pessoa que se dedica só à escrita. Portanto foi um processo que demorou bastante tempo.
Mas porquê este convite à Carmo?
RN – Porque nunca escrevo sozinha. Acho que não sou suficientemente boa e que nunca irei ser. O Woody Allen escreve, interpreta, há assim uns génios que conseguem fazer tudo. Do princípio ao fim de um projeto, gosto de estar acompanhada em todas as fases, e conseguir de alguma forma dirigir o processo todo mas com pessoas que considere talentosas e que vão conseguir materializar uma ideia – neste caso, a ideia da Carmo. Utilizámos este pretexto para falar de outras coisas: para falar da vida como ela é nos dias que correm. Porque o filme tem todas estas camadas: a camada política, a camada familiar, aborda uma série de aspetos que, mesmo que nalguns casos de forma mais superficial, nos levam a uma reflexão sobre a vida.
O que acrescenta também uma camada é a peça de teatro dentro do filme, que acaba por dialogar com a história e funcionar até como uma espécie de voz da consciência das várias personagens. Como uma linha de pensamento, ou de diálogo interior, que se vai construindo em paralelo com o desenrolar da história.
RN – É. Essa parte não foi a Carmo que escreveu, foi mesmo desligada da escrita do filme. Quando comecei a pensar numa peça de teatro pedi ao Jorge Silva Melo que me ajudasse com a pesquisa, porque precisava de um diálogo entre duas atrizes que acrescentasse algo. Através dele cheguei ao José Maria Vieira Mendes, que me enviou esta peça [da sua autoria], Bilingue, que nunca vi encenada, mas que li e encontrei excertos que me pareceram muito bons para o filme.
JR – Houve mesmo um ensaio com a Maria [Leite] em que estivemos a discutir os excertos.
RN – Filmámos muito mais do que aquilo que aparece, eram excertos muito mais longos, que na edição foram reduzidos ao que se vê no filme.
Joana, como foi a experiência de fazer, dentro de um filme, cenas de teatro? Foi muito diferente?
JR – Sim, sim.
RN – Sendo que não deixa de ser cinema. O cinema é sempre uma ilusão: quando elas estavam a dizer o texto, não tinham ninguém em frente a elas; quando aparece o público, é um plano em que elas estão só de costas.
É sempre tudo mentira.
JR – [Risos] Adoro cinema.
RN – Mas é mesmo difícil isto, porque é texto de teatro dito para uma câmara. E era muito texto.
JR – E eu estava a fazer uma novela ao mesmo tempo também. Estava super nervosa nesse dia. E a Maria, por exemplo, faz imenso teatro. Eu não.
Ajudou tê-la nessa cena?
JR – A Maria é uma atriz incrível, gosto mesmo muito dela. É super generosa, como amiga, também. Tê-la lá ajudou-me imenso. A Maria faz de atriz e de encenadora do próprio espetáculo.
CA – Encenadora, atriz e melhor amiga.
JR – Três em um. E ajudou-me muito nesse aspeto porque realmente era uma cena complicada à partida. E achámos que íamos ter tempo para a preparar melhor, mas as coisas complicaram-se. Acabou por resultar, mas foi um dia stressante. Como não fizemos o espetáculo todo, tínhamos aquelas cenas só, estávamos um bocado sem perceber como é que depois aquilo resultava. Mas aí entra a magia do cinema, que nos salva.
Mas foi uma cena diferente.
JR – Como a cena de estar a servir às mesas também foi. Foi uma cena da vida da Luísa, tal como as outras todas. É a vida dela. E acabei por me refugiar nisso: «Se isto correr mal, é porque ela é má atriz, por isso é que serve hambúrgueres» [risos]. Isso tirou-me imenso peso de cima. Estás a safar-te duas vezes: a personagem e o teu próprio trabalho.
RN – Isto também tem a ver às vezes com a planificação da rodagem. Temos um calendário tão apertado que sabemos que não podemos passar uma cena para o dia seguinte. Temos de conseguir fazer e acabou. No dia seguinte já temos de estar noutro décor, com outros atores, e cria-se essa pressão de que as coisas não podem falhar. Lidar com essa pressão, sobretudo para os atores, que estão expostos, que estão em frente à câmara e sentem que tudo depende deles… Se tudo correr bem, o fim da cadeia é o ator em frente à câmara.
JR – Mas, ao mesmo tempo, há sempre a edição. Lembro-me de estar muito nervosa e de ter essa conversa com outro ator, que me dizia: «Não te preocupes. No pior dos casos, se estiveres muito mal, cortam para a cara de outro ator.» E eu: «Pois é! Isso tira-me imenso peso de cima!»
Essa conclusão chegou ao fim de quanto tempo?
JR – Ao fim de muito tempo…
RN – Claro que não podemos refugiar-nos sempre nisso. Mas quando é o realizador que diz «não há problema que isto pode ser remontado»… Tem é de ser o realizador, não pode ser outro ator [risos].
A Joana nunca tinha tido um papel de atriz.
JR – Foi interessante. Pôs-me imensas questões.
Uma atriz que tem finalmente o seu primeiro papel «de jeito», como ela diz.
JR – Eu tive alguma sorte porque praticamente no dia em que percebi que queria ser atriz comecei a trabalhar.
Com um papel grande.
JR – Sim. Mas nem toda a gente tem essa sorte e há muitos atores espetaculares que continuam a vida toda a ter de trabalhar em lojas e a servir à mesa. Se calhar ela até tem mais experiência como atriz a nível de escola do que eu, Joana.
CA – E é tão bonita como tu.
JR – É bastante parecida comigo, pois é. Se calhar ela não quis começar nas novelas. Acho que foi isso, que não quis. É do teatro.
O facto de ela ser atriz colocou-a num lugar mais próximo do que outras ou nem por isso?
JR – Nem por isso. Acho que não é o facto de ela ser atriz que a define. E ela é muito diferente de mim em muitas coisas. Eu não sou nada pessoa de me deixar levar pela vida e ela acaba por se deixar levar por aquilo que acontece à volta dela, é um bocado uma vítima do destino. Eu sou muito de dar a volta às coisas: «Se isto não acontece, vou arranjar maneira de acontecer».
De linhas mais direitas.
JR – Sou. Sou carneiro. Deixo que as coisas aconteçam – e não penso muito nisso se elas não acontecerem, acredito muito no destino, «se for para mim, será, se não for é porque não tem que ser», mas sei o caminho que não quero fazer. Sei aquilo de que não quero abdicar – e há muitas coisas das quais não quero abdicar. Acho que ser atriz não a torna mais parecida comigo, até porque ela é um género de atriz bastante diferente do meu, que comecei em novelas. Mas gostei muito porque foi o primeiro personagem que tive, sem ser em novelas, assim mais contemporâneo. Acho que a Luísa é muito dos dias de hoje. Vejo-a em imensas pessoas que conheço: a pessoa que tem dois trabalhos para conseguir fazer aquilo que quer e que de repente conhece uma pessoa, engravida, e depois tem que dar a volta, fazer-se à vida.
RN – Nunca me interessei muito por fazer coisas de época ou distópicas ou de ficção científica. A mim interessa-me falar sobre a vida que vivemos no momento. Sobre o aqui e agora. Também se pode fazer isso num filme de época, mas se temos esta matéria, a realidade, prefiro trabalhar com isso. Questionar a realidade e refletir sobre ela.
CA – Eu até gostava que o filme tivesse mais ecrã. Por mim era ecrã, ecrã, ecrã, aquele domicílio de quem está no dia a dia centrado no computador.
E eles estão. Há aquela cena, por exemplo, em que a Luísa e o Pedro estão em casa, juntos, mas virados cada um para o seu computador.
CA – Gosto muito dessa cena. Interessa-me muito explorar isso. As pessoas de facto estarem juntas, até num espaço de intimidade, e terem sempre aquilo entre elas. Muitas vezes trocam completamente o diálogo e a presença por aquilo que está ali, que às vezes nem é assim de tanto interesse – não quer dizer que não possa ser também um romance paralelo ou uma grande amizade, mas pode ser estar a fazer scroll. Há sem dúvida uma mudança na vida das pessoas por termos computadores e smartphones que nos permitem estar permanentemente a saber dos outros, a receber mensagens e notificações. Não é nada estranho olharmos para um casal de namorados que já tem intimidade que está ali a fazer aquilo. Essa cena é isso.
JR – Eles não têm conversa.
Aí já se percebeu que aquilo não está bem.
CA – Mas poderia nem estar tão mal. Isto não junta as pessoas, deteriora as relações. Indo ao teatro, pelo menos, ou ao cinema, as pessoas estão a olhar para a mesma coisa. O que antecipou isto foi a televisão. Também da televisão se dizia que tinha estragado o ambiente familiar, que as pessoas já não falavam umas com as outras.
Ao menos ainda olhavam para a mesma coisa.
CA – Estavam a aprender a mesma coisa, aquilo trazia alguma coisa à vida delas que podiam partilhar. Mesmo que não falassem sobre ela, era um conhecimento partilhado. Ali, não só não estão a falar como cada uma está a ter a sua experiência e é altamente improvável que seja a mesma.
Aproveitando as circunstâncias desta conversa, e a eterna questão da falta de mulheres no cinema…
CA – Estão aqui três – quatro!
RN – No meu caso, ser mulher é uma condição, não escolhi. Comecei nesta profissão bastante cedo e tive alguma sorte na facilidade que tive para entrar no meio -também porque lutei por isso. Apercebi-me já bastante tarde do quão era prejudicada por ser uma mulher na realização. Não em termos de ligação com as equipas, nada disso, mas pelas pessoas que normalmente podem decidir a quem dar trabalhos, porque também trabalhei muitos anos em publicidade. Percebi que, de facto, a coisa não está feita para serem as mulheres a estar naquela posição. Que é preferível ter o realizador com quem depois se trocam umas piadas sobre o jogo de futebol do dia anterior ou sobre como «aquela gaja é tão boa». Inevitavelmente, começa a perceber-se que há de facto uma resistência. Agora, está a transformar-se no contrário: espera aí, vamos abrir espaço para as mulheres; vamos criar, nos festivais, uma quota para termos mais filmes de mulheres. Isto é um movimento com três ou quatro anos, durante muito tempo não foi assim. Nunca desisti, pelo contrário. É fazer, porque tem que ser feito.
CA – Eu tenho muito orgulho em sermos mulheres e acho que é muito importante essa mensagem. Sou uma feminista. E gostava de contar uma história: comprei uma casa que era da Helena Vaz da Silva, onde a família deixou algumas coisas, e encontrei uma entrevista que ela fez em 1968 ou 69, para o Expresso, a um tipo inglês do qual não me lembro do nome. Um intelectual. A parte memorável é que ela queria fazer-lhe uma entrevista política e ele não a considerava. Então ela transcreveu as respostas dele e disse: «Foi isto que consegui». Esse espaço aí também teve de ser conquistado, isto não foi há 200 anos. Ela perguntava-lhe «então e sobre a Baía dos Porcos?» e ele respondia: «Eu adoro a Baía de Cascais. Gosto imenso. Costuma ir lá? Deve gostar de ir lá passear». Fazia-lhe isto. Isto estava numa compilação que ela fez das entrevistas preferidas dela. Tem uma à Agustina, uma ao Nuno Bragança, tem esta, são tudo entrevistas que de alguma forma a marcaram. E ele só fala do que quer, ela mantém, até que às tantas ele diz: «Pois é, agora há uma coisa que é as feministas, não é? Deve ser feminista. Eu sou mulherista».
JR – Isso hoje em dia…
RN – Seria massacrado. Não quer dizer que não haja hoje homens a pensarem isso, sabem é que seriam chacinados em praça pública.
CA – Então não há? O caminho ainda não está acabado. É muito bom ver mulheres a fazer coisas. Gosto de ser entrevistada por uma mulher, gosto de ver coisas feitas por mulheres, acho que ainda faz falta esta mensagem.