O Núcleo Antifascista de Braga vai manifestar-se já este sábado no centro da cidade contra a criação de um núcleo do Escudo Identitário, em Braga, após o que seguirá rumo a Barcelos, para se incorporar na Marcha LGBT (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Travestis e Transsexuais).
“Esta data é particularmente importante para todos nós, porque no dia 10 de julho de 1932 foi criada a primeira Antifaschistische Aktion (Ação Antifascista), pelo Partido Comunista, como resposta ao crescimento do Partido Nacional-Socialista (Nazi)”, referiu ao SOL Jonathan Ferreira da Costa. "Ao longo destes 87 anos sucederam-se várias gerações numa luta que custou a vida a milhares de pessoas por custa de regimes fascistas, que hoje tendem a tentar ressurgir na nossa sociedade. O facto é que, hoje em dia, a extrema-direita está de novo a ganhar forças pela Europa e pelo mundo, e com ela os discursos de ódio, uma problemática que tem sido cada vez mais noticiada na comunicação social e objeto de sérias preocupações por parte de historiadores, ativistas e do público em geral”, diz o mesmo ativista antifascista.
"Neste contexto, a própria Europol alertou num relatório a semana passada, sobre a presença e atuação de grupos de extrema-direita em Portugal, alguns dos quais, reconhecidos como grupos terroristas. Um exemplo do crescimento e da presença desses grupos um pouco por todo lado é a formalização de um núcleo em Braga que vai decorrer este sábado, tratando-se de uma organização neonazi que está ligada a partidos fascistas italianos e a milícias paramilitares neonazis ucranianas", realçou Jonathan Ferreira da Costa, justificando assim a manifestação de hoje contra o almoço de oficialização do Núcleo de Braga do Escudo Identitário.
"Este tipo de grupo que antes atuavam de uma forma contida e envergonhada, agora tem vindo a expor-se e a tentar ocupar o espaço público, o que representa um risco evidente para qualquer pessoa que pertença a uma minoria ou que esteja envolvido em ativismo nesta cidade”, considera o responsável do Núcleo Antifascista de Braga, destacando que “a presença deste tipo de grupo é, sem sombra de dúvida, um atentado aos valores da democracia e da liberdade”. "Neste contexto, o Núcleo Antifascista de Braga decidiu organizar um convívio no qual propomos debater as formas de luta do antifascismo nos dias de hoje e a atividade da extrema-direita em Portugal estes últimos anos”, acrescentou Jonathan Ferreira da Costa.