Dois homens enganaram vários estrangeiros, na sua maioria brasileiros, prometendo a agilização dos processos de legalização a troco de dinheiro. Os arguidos, acusados por 85 crimes de burla qualificada e de falsificação de documentos, foram investigados durante dois anos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). As autoridades começaram a aperceber-se deste esquema, uma vez que eram vários os estrangeiros a deslocarem-se aos balcões para tratar do seu caso, sendo-lhes informado que não havia qualquer agendamento.
Em comunicado, o SEF adianta que um dos detidos fazia-se passar por advogado e graças aos supostos conhecimentos jurídicos e contactos fingia agilizar os processos. Além disso, o suspeito comprometia-se ainda a efetuar marcações para atendimento de forma célere. Nesse esquema estavam envolvidos pagamentos entre os 150€ e 350€. Em alguns casos, quando a dimensão do serviço assim o justificava, havia ainda a intervenção de um segundo indivíduo.
O SEF esclareceu ontem que o arguido divulgava o seu trabalho na rede social Facebook, numa “conta onde publicitava os seus serviços jurídicos”. Sempre que o suspeito era contactado, recolhia os papéis necessários e, por fim, “entregava um documento forjado com a marcação de um atendimento”.
Quando a data do suposto atendimento se aproximava, o arguido entrava em contacto com os seus ‘clientes’ e reagendava “os falsos agendamentos com novas e sucessivas datas alternativas”.
A trama só era descoberta “quando os cidadãos compareciam aos balcões do SEF” e percebiam que nada estava afinal marcado.