O CEMGFA queixou-se esta semana da falta de recursos humanos, numa entrevista conjunta ao Público e à Rádio Renascença. Silva Ribeiro classificou mesmo a situação de “insustentável”, sublinhando que há menos seis mil militares do que seria necessário, ou seja 26 mil em vez de 32 mil. Esta falta de pessoal, na sua opinião, coloca em perigo a segurança das instalações e meios militares e põe em risco missões, quer em Portugal quer no estrangeiro.
Confrontado com as declarações do almirante Silva Ribeiro, o ministro da Defesa João Gomes Cravinho não escondeu o mal-estar entre os dois. “O CEMGFA conhece o seu papel, que reside no cumprimento das medidas [definidas]. Se ele chegasse à conclusão, que não chegou obviamente, que não pode cumprir essas medidas, então sairia. Mas não é essa a situação”, afirmou.
“Não há lugar para dramatismos, não há razão para dramatizar”, sublinhou Gomes Cravinho, que fez ainda questão de frisar que a falta de militares “não é uma situação nova”. “O Governo está a trabalhar nesta situação, que é complexa”, garantiu.
Mas as críticas do ministro ao discurso de CEMGFA não ficaram por aqui, tendo Gomes Cravinho deixado o recado: “Em vez de nos preocuparmos em lastimarmo-nos devemos é deitar mãos à obra”. E acrescentou: “Não podemos queixar-nos que não temos suficientes militares e esquecermos o recrutamento das mulheres”.
Outro dos aspetos que o ministro mais condenou na entrevista de Silva Ribeiro foi a sede em que este proferiu as suas queixas. Para o governante, estes são assuntos para discutir, e que estão a ser discutidos, “nos fóruns próprios pela tutela”.