As monções na Ásia do Sul, nomeadamente na Índia, Nepal, Paquistão e Bangladesh, já custaram – desde o início do mês – mais de 650 vidas. Os dados alarmantes foram divulgados esta segunda-feira num relatório apresentando pelas autoridades dos países afetados e citado pela AFP.
A maioria das mortes surgiu na sequência de inundações severas e relâmpagos – os principais efeitos das monções, que se caracterizam também pelos ventos forte sazonais.
O relatório revela que, na Índia, as chuvas fortes já mataram pelo menos 467 pessoas este mês. No estado de Uttar Pradesh, só no domingo, os relâmpagos mataram 37 pessoas em acidentes distintos, explicou fonte relacionada com a gestão destes desastres à AFP.
Em Nawada, no estado de Bihar, oito crianças morreram atingidas por um raio quando se encontravam a jogar à bola ao ar livre. Já no estado de Assam, foram registadas 67 mortes.
No Bangladesh, as chuvas torrenciais já mataram pelo menos 97 pessoas – a maioria por afogamento e quedas de raios. Há ainda registo de várias áreas agrícolas inundadas. O relatório indica que um terço do país ficou submerso, com os grandes rios a transbordarem devido à quantidade anormal de água a cair.
As previsões meteorológicas locais prevêem que o tempo melhor nos próximos dias. No Nepal, onde morreram 90 pessoas e 29 estão desaparecidas, estima-se que o pior já tenha passado. “Ainda estamos em alerta, mas não esperamos que tenha um impacto severo”, disse um responsável do ministério do Interior do Nepal.
Os especialistas locais apontam o dedo ao mau planeamento, a falta de instalções de drenagem e ainda as operações de ajuda às vítimas.
Milhares de mortes por ano Apesar de ainda estarmos no início da época das monções, que só terminam em setembro, estes números ainda estão longe dos registados noutros anos.
Em 1974, por exemplo, as cheias no Bangladesh provocaram a morte de mais de 28 mil pessoas. Além daquele ano trágico, os dados disponíveis mostram que o número de vítimas mortais relacionadas com as monções anda entre os 3000 e os 5000. Por exemplo, em 1968, as chuvas fortes fizeram mais de 4800 vítimas só na Índia; Em 1978, no mesmo país, o número baixou para 3800; Já em 1988, morreram mais de 2300 pessoas no Bangladesh e em 2010 cerca de 2000 no Paquistão.
Houve anos em que os números foram ainda menores: em 1992, por exemplo, foram registadas pouco mais de 1800 vítimas mortais em dois países – Paquistão e Índia; no ano seguinte, o balanço foi de 3084 mortos no Nepal, Índia, Bangladesh e Paquistão; Já em 2004, as chuvas fortes fizeram 3076 vítimas na Índia e no Bangladesh.