Pelas 14h50 de sábado, deflagrou um incêndio de grandes dimensões no concelho de Mação, no distrito de Santarém. Atualmente, encontram-se 1087 operacionais no terreno assim como 331 meios terrestres e 17 aéreos. Existem duas frentes ativas, uma em Mação e outra em Vila de Rei. Até agora, foram contabilizados doze feridos (um grave), 21 pessoas assistidas e habitações destruídas.
Na sequência desta tragédia, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, avançou à agência Lusa que é legítimo o facto de as populações questionarem “onde é que estava esta gente toda” quando os meios chegaram ao combate dos incêndios pelas 23h de domingo na medida em que “não foram vistos durante quase 48 horas no concelho de Mação”. Por outro lado, o vice-presidente, Paulo César, foi claro: “O Estado falhou às populações. O país inteiro falhou. Nós falhámos”.
Esta segunda-feira, Estrela pediu maior “transparência” no modo como os meios são “balanceados” no terreno, lamentando que se divulgue que são suficientes: “há populações desprotegidas”, acrescentou. O autarca adiantou ainda que "não podemos conceber que se diga que os meios eram os necessários" pois "se se puder dizer que não havia realmente mais meios para colocar, temos que assumir que não havia mais meios, que o país não teve capacidade de resposta e assumir isso, ou então temos que dizer outra coisa, que os meios não estavam balanceados no terreno de forma adequada".
No entanto, o primeiro-ministro António Costa, sublinhou à Lusa que os autarcas são os "primeiros responsáveis pela proteção civil em cada concelho", respondendo a perguntas dos jornalistas no decorrer da inauguração de cinco unidades de saúde nos concelhos de Sintra e Amadora. “Eu não faço comentário enquanto os incêndios e as operações estão a decorrer e, sobretudo, não digo aos que são os primeiros responsáveis pela proteção civil em cada concelho, que são os autarcas, o que é que devem fazer para prevenir, através da boa gestão do seu território, os riscos de incêndio", esclareceu igualmente Costa.