Hoje, a primeira votação para a investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro de Espanha terminou com a derrota do líder do PSOE, com 124 votos a favor, 170 votos contra e 52 abstenções. Bem longe dos 176 votos que Sánchez precisava para receber um novo mandato. O líder socialista praticamente só contou com o apoio dos 123 deputados do seu partido, conseguindo apenas o apoio extra do deputado do Partido Regionalista da Cantábria, José María Mazón. Sánchez tem até quinta-feira para conseguir uma maioria, de modo a evitar uma repetição das eleições em Espanha.
O resultado não é inesperado. O único partido que colocou em cima da mesa apoiar o PSOE foi o Unidos Podemos, de Pablo Iglesias, que nas últimas semanas tem chocado contra Sánchez nas negoaciações – e acabou por se abster quanto à investidura primeiro-ministro. A única dúvida era se o Unidos Podemos votaria contra ou se se absteria, segundo afirmou ainda esta terca-feira à Cadena Ser Radio Pablo Echenique, porta-voz do partido nas negociações com os socialistas.
Se Sánchez conseguiu tornar-se primeiro-ministro em 2018 foi graças à heterogénea "coligação Frankenstein", que juntou os socialistas, os radicais de esquerda do Unidos Podemos e vários partidos independentistas. Mas a tensão tem estado em alta entre independentistas catalães e Sánchez, sobretudo desde o julgamento dos líderes catalães, acusados de sedição, por levarem a cabo e tentarem cumprir com o referendo à independência da Catalunha. Algo que se notou no debate antes da votação, com os ataques à porta-voz dos independentistas do JuntsxCat, Laura Borrás. "A senhora Borrás esquece-se sempre de metade dos catalães. Não reconhece a legitimidade do Estado, não reconhece os partidos que não são nacionalistas", acusou Sánchez.