O procurador-geral dos Estados Unidos anunciou que o Governo norte-americano irá retomar a execução de penas de morte a nível federal – uma prática que estava suspensa – quase 20 anos depois da última execução.
“O Congresso autorizou expressamente a pena de morte através da legislação adotada pelos representantes do povo, em ambas as câmaras do Congresso e assinada pelo Presidente”, disse William Barr num comunicado. “Temos o dever perante as vítimas e as suas famílias de levar a cabo as penas aplicadas pelo nosso sistema judicial”.
A retoma da pena de morte federal é um pedido expresso da administração de Donald Trump, que quer que se aplique a medida a violadores, traficantes de droga e assassinos em massa. Logo no início da administração Trump, o anterior procurador-geral, Jeff Sessions, ordenou ao Departamento Federal de Prisões que examinasse quais seriam as medidas necessárias para retomar a pena de morte, afirmou à Reuters um funcionário do Departamento de Justiça.
De momento existem 62 condenados à pena de morte a nível federal. Por agora estão agendadas cinco execuções de homens condenados por homicídio de crianças, entre dezembro e janeiro. A primeira está marcada para 9 de dezembro. Daniel Lewis Lee foi condenado pelo assassinato de três membros de uma família, incluindo uma criança de oito anos. De acordo com o Departamento de Justiça, Lee faz parte de um grupo de supremacistas brancos e foi condenado por júri num tribunal federal no estado do Arkansas, em 1999. O último condenado à morte – em 2003 – e a ser executado a nível federal foi Louis Jones, pelo rapto e homicídio de uma mulher de 19 anos.
A decisão do Departamento de Justiça é contrária à tendência da última década. Nos últimos anos, cinco estados aboliram a pena de morte: Novo México, Illinois, Connecticut, Maryland e New Hampshire.