O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pediu à Ordem dos Médicos (OM) para avaliar disciplinarmente os responsáveis clínicos dos hospitais onde são elaboradas escalas de urgência que não têm um número adequado de profissionais. De acordo com a agência Lusa, que teve acesso â carta enviada ao bastonário da OM, Miguel Guimarães, o sindicato pediu uma intervenção e deu exemplos de serviços de obstetrícia e ginecologia "críticos" como o Centro Hospitalar Lisboa Norte ou o Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra).
"É nosso doloroso entendimento que todo e qualquer nosso colega que determine, homologue, ratifique, aprove, ou, por qualquer modo, aceite – em vez de frontalmente se opor – a que uma equipa de urgência exerça funções no contexto acima descrito, viola deveres deontológicos a que a nossa Ordem não pode ficar indiferente" pode ler-se no texto a que a Lusa acedeu. Por outro lado, o bastonário não quer acreditar "que qualquer diretor clínico aceite equipas nos serviços de urgência que não cumpram os mínimos para garantir a segurança" e acrescentou à agência noticiosa: "Se isso acontecer, é grave. Mas quero acreditar que os diretores clínicos não estarão a validar equipas que não cumprem as regras mínimas de segurança".
Já o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, sugeriu ao bastonário que apresentasse a situação aos conselhos disciplinares da OM e explicou que "na próxima semana o próprio SIM deverá apresentar à Ordem nomes de responsáveis médicos que estão a permitir ou a elaborar 'escalas de urgência ilegais', por não terem os números mínimos estabelecidos pela própria OM".
"Se existir matéria que ultrapasse as regras que devem ser cumpridas, a Ordem terá de atuar" rematou Guimarães em entrevista à Lusa.