O Hospital de Faro abriu um inquérito à transferência da grávida cujo recém-nascido acabou por morrer no Amadora-Sintra, no passado dia 3 de agosto. Esta decisão vem na sequência de uma exigência do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que pediu que o caso do bebé que morreu depois de a mãe, de 23 anos, ter sido transferida do Hospital de Portimão para o de Faro e, posteriormente, para Lisboa, fosse "investigado totalmente".
Recorde-se que a grávida encontrava-se em pré-eclâmpsia e a unidade de saúde de Faro não tinha incubadoras suficientes para o bebé, sendo que tinha de ser feito um parto prematuro. Deste modo, o parto foi realizado um dia depois, no Amadora-Sintra, e o recém-nascido perdeu a vida. Em declarações à agência Lusa, Guimarães esclareceu que não conhece em pormenor o caso mas realçou que existe uma transferência constante de grávidas entre instituições e que esta situação pode "comportar risco".
Guimarães afirmou igualmente que a insuficiência de profissionais de saúde nas maternidades do sul do país havia sido "várias vezes denunciada" e que a constante “circulação de grávidas por falta de condições adequadas” dos serviços pode trazer “consequências indesejadas”. O bastonário lamentou publicamente a morte da criança e manifestou solidariedade para com a família da mesma.
Sublinhe-se que o Hospital Garcia de Orta recusou receber a mulher antes de esta ser levada para o Amadora-Sintra. Fontes deste último hospital adiantaram à TVI que “foram seguidos todos os procedimentos de cuidados de saúde adequados”, mas o canal de Queluz de Baixo apurou que "o hospital diz que não tinha indicação de urgência no parto da grávida transferida". Ao mesmo órgão de informação, o Ministério da Saúde explicou que "para já" não abrirá um inquérito à morte através da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
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