A Grécia anunciou esta sexta-feira já ter superado a sua capacidade de receber refugiados e que os centros de acolhimento estão sobrelotados. De acordo com o vice-ministro da Proteção ao Cidadão da Grécia, Giorgos Kumutsakos, os desembarques nos territórios gregos têm aumentado diariamente e, no ano de 2020, os desembarques nas ilhas do Egeu Oriental (Lesbos, Samos, Leros, Chios e Cós) aumentaram "pelo menos 30%".
Kumutsakos sublinha ainda, que nos últimos 20 dias, cerca de 2.000 pessoas chegaram ao campo de refugiados de Moria (Lesbos) e esta sexta-feira o país resgatou mais 246 pessoas, perto de Lesbos e 93 perto de Samos.
Os centros de acolhimento estão sobrelotados. Em Moria, 7.000 requerentes de asilo vivem em instalações preparadas para apenas 3.000 pessoas. Yannis Balpakaki, responsável do campo, sublinha ainda que os chuveiros e casas de banho não estão ligados à estação de tratamento de resíduos da ilha, o que gera maus odores no centro.
Depois de o acordo de readmissão de migrantes, entre a Grécia e a Turquia ter sido anulado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Cavusoglu em protesto contra as sanções impostas por Bruxelas contra Ancara pela exploração de gás em águas cipriotas, o país pede soluções à Turquia e o apoio da União Europeia.
"Esperamos da Turquia o desmantelamento das redes de tráfico e um melhor acompanhamento das costas, enquanto a UE tem de aplicar o mecanismo de partilha de pessoas entre os Estados-Membros, para que os países recetores não tenham tanta responsabilidade", disse o vice-ministro à televisão grega SKAI.