Trabalhava num restaurante de fast-food local, no Texas, quando foi abordada por um cliente que lhe perguntou se gostaria de aderir à indústria pornográfica. Com 21 anos, Mia Khalifa dividia-se entre a licenciatura em Artes da História na Universidade do Texas em El Paso e a sua segunda vida: um ano depois, o seu nome já tinha sido pesquisado 1 milhão e 500 mil vezes na plataforma de vídeos para adultos Pornhub. Em dezembro de 2015, o site anteriormente referido destacava-a como "a maior estrela pornográfica".
No entanto, nem tudo correu bem a Khalifa: tornou-se controversa no Médio Oriente por ter protagonizado atos sexuais, num filme, enquanto usava uma burca. Natural de Beirute, a capital do Líbano e nos EUA desde os sete anos, a jovem foi criada por uma família católica conservadora que sempre jurou só voltar a falar com ela quando abandonasse a carreira que abraçara pois "contrariava os princípios que lhe haviam sido incutidos com os seus comportamentos".
Em julho de 2016, numa entrevista concedida ao The Washington Post, Khalifa explicou que só fez parte da indústria pornográfica "durante três meses" e que essa tinha sido a sua "fase rebelde". Entretanto, trabalhou como assistente paralegal e escriturária, continuando a obter sucesso enquanto figura pública principalmente nas redes sociais Instagram, Twitter, Twitch (onde faz o upload de vídeos) e no site Patreon através do qual vendia selfies e vídeos de cariz sexual assim como merchandise.
Atualmente com 26 anos e revoltada com os comentários que ainda são tecidos sobre o seu passado, aceitou conversar com a life coach Megan Abbott para esclarecer as dúvidas que os seus fãs e seguidores possam ter. Na sua conta oficial do Twitter, partilhou 15 segundos da entrevista e escreveu: "As pessoas pensam que estou cheia de milhões devido à pornografia. Isso é totalmente mentira. Ganhei cerca de 12 mil dólares e nunca mais vi um tostão depois disso. A dificuldade para encontrar um trabalho normal depois de ter desistido da pornografia foi… assustadora" desabafou, acrescentando que nunca esperou obter "milhões" e deseja apenas clarificar "equívocos" que possam ser criados sobre ela.
"Estive envolvida na pornografia durante pouco tempo mas as minhas ações espalharam-se como um incêndio" rematou aquela que, entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018, co-apresentou o programa diário de desporto 'Out Of Bounds', no YouTube, com Gilbert Arenas (ex-jogador profissional de basquetebol). "Ainda sou classificada como atriz pornográfica cinco anos após ter deixado a indústria e esse é o motivo pelo qual as pessoas pensam que ainda atuo" revelou Khalifa que, desde o verão passado, apresenta o programa 'SportsBall' ao lado de Tyler Coe, produtor televisivo.