Não havia uma proposta formal mas sabia-se que Paulo Fernandes, proprietário do grupo Cofina – detém o Correio da Manhã, o Record, a Sábado, o Jornal de Negócios e a CMTV – teria assinado um memorando com a Prisa (proprietária da Media Capital) para que tivesse exclusividade nas negociações respeitantes à compra da TVI. Sublinhe-se que, caso o negócio avançasse, existiriam diversos obstáculos como o desaparecimento de um dos canais televisivos: falava-se na compra da CMTV por terceiros.
Contudo, o Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, "nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários a suspensão da negociação das ações Cofina – SGPS, SA e das ações do Grupo Media Capital – detentor da Rádio Comercial, da M80, da Cidade FM, da Smooth FM, da Vodafone FM – aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado" como é possível ler no site oficial da entidade anteriormente referida.
À Rádio Observador, no passado dia 12 de julho, Rosa Cullell – antiga diretora executiva do grupo Media Capital – explicou que a compra não aconteceu porque “a Autoridade da Concorrência não pôs condições fáceis”. A verdade é que a estação de Queluz de Baixo tem perdido audiências nos últimos meses, perdendo para a RTP1 e a SIC. Aliás, no passado mês de julho, a TVI obteve a pior audiência em 21 anos: 14,3% de share médio apenas ultrapassado por 14,2% em 1998.
O semanário Expresso avançou que Paulo Fernandes foi capaz de afastar do palco das negociações outros potenciais compradores como o empresário Mário Ferreira, que se encontra ligado ao turismo de luxo no Douro.