Acusado de abuso sexual de menores e tráfico sexual, o milionário norte-americano Jeffrey Epstein poderia vir a enfrentar a pena de prisão perpétua. No passado dia 6 de julho, foi encontrado quase inconsciente e com marcas no pescoço após uma adolescente de 15 anos ter denunciado uma violação ocorrida na mansão do magnata: pouco menos de um mês depois, a 10 de agosto, os meios de comunicação social noticiaram que morreu por aparente suicídio enquanto aguardava julgamento em prisão preventiva. Sabe-se que Epstein estava inserido no processo de monitoração "suicide watch" para que o seu suicídio fosse evitado, porém, a vigilância a cada meia hora não foi cumprida na noite da sua morte.
Assim, o mistério em redor do fim da vida de uma das personalidades mais controversas dos EUA adensou-se: ter-se-ia suicidado na prisão de Lower Manhattan ou a morte teria sido provocada por terceiros? Mas as dúvidas foram esclarecidas, esta sexta-feira, pelo médico-legista que realizou a autópsia ao cadáver de Epstein: suicidou-se por enforcamento, com lençóis, na sua cela. A informação foi avançada pela Associated Press que acrescentou igualmente que o procurador William Barr explicou que os agentes da cadeia haviam ocultado "irregularidades sérias" no decorrer do processo.
Sublinhe-se que, na quinta-feira, mais duas mulheres acusaram Epstein de violação: as alegadas vítimas explicaram que estavam a trabalhar num restaurante, em 2004, quando foram recrutadas para fazer massagens ao gestor financeiro que admitia gostar que raparigas "novas e bonitas" lhe tocassem. Com 18 e 20 anos, as ofendidas pediram-lhe que não se aproximasse delas, porém, Epstein não cumpriu: agora, pedem uma indemnização de 1 milhão de dólares (901 mil e 700 euros) por terem sofrido depressão, ansiedade, flashbacks e pesadelos.