Marinho e Pinto continua a alimentar o tabu sobre se Pardal Henriques vai ser candidato pelo PDR nas próximas eleições legislativas. “Temos uma determinação interna de não confirmar nem desmentir nenhum nome que nos seja perguntado pela comunicação social. Só digo aquilo que posso dizer e não posso dizer mais nada”, diz ao i o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, garantindo, porém, que as listas serão anunciadas durante a próxima semana.
Marinho e Pinto diz que as listas estão “praticamente concluídas”, mas falta ainda definir os cabeças-de-lista em Lisboa e Porto, o que deverá acontecer nos próximos dias. Até lá, “não confirmo nem desminto nenhum nome”, diz o ex-eurodeputado.
O semanário SOL noticiou, há quase duas semanas, que Pedro Pardal Henriques foi convidado por Marinho e Pinto para liderar a lista do PDR em Lisboa. O advogado e porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas confirmou, esta semana, em declarações à revista Visão, que está a ponderar candidatar-se nas próximas eleições legislativas, mas só decidirá depois de ter uma conversa com o líder do PDR e com a família. Pardal Henriques admitiu que se identifica com as ideias defendidas por Marinho e Pinto e confirmou ter já sido abordado “informalmente” pelo ex-bastonário da Ordem dos Advogados.
Marinho e Pinto entrou na política com o pé direito, mas o sucesso durou pouco tempo. Há cinco anos, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados candidatou-se pelo MPT às eleições europeias e conseguiu 7,14%, o que corresponde a mais de 234 mil votos. O impacto do advogado foi tanto que o modesto MPT ficou à frente do Bloco de Esquerda e do PAN.
Durou, porém, pouco tempo o sucesso do advogado de Coimbra, que não demorou muito tempo a entrar em rutura com o MPT para fundar o PDR. O novo partido nasceu no dia 5 de outubro de 2014, mas desde o início que as coisas correram mal. Vários militantes abandonaram o PDR ao fim de apenas alguns meses em rutura com Marinho e Pinto e os resultados eleitorais foram fracos. Como se não chegasse, o vice-presidente do partido, Pedro Grancho Bourbon, apareceu, em 2016, envolvido no rapto e homicídio do empresário bracarense João Paulo Fernandes.
Numa carta enviada aos militantes, Marinho e Pinto admite que “o partido viveu momentos conturbados” porque “muitas pessoas que aderiram ao PDR fizeram-no apenas com propósitos egoístas, pois nunca foi, realmente, sua intenção servir a causa pública e o país, mas sim beneficiarem-se a eles próprios”. Marinho admite que pretende agora apostar na “refundação” do partido.
Nas últimas eleições europeias, Marinho e Pinto conseguiu apenas 15 mil votos, com 0,48%. Perdeu mais de 200 mil votos e foi ultrapassado pelo partido de André Silva e pelo PNR. Nas eleições legislativas, em 2015, o PDR conseguiu apenas 1,14%, com pouco mais de 61 mil votos, e não elegeu nenhum deputado.