O filme “Vitalina Varela”, do realizador português Pedro Costa, conquistou este sábado o Leopardo de Ouro, prémio máximo do Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, com a atriz protagonista do filme, Vitalina Varela, a ser também distinguida com o Leopardo de Melhor Interpretação Feminina.
Este foi já o segundo prémio para Pedro Costa em Locarno, depois de em 2014 ter ganho o prémio de melhor realização por “Cavalo Dinheiro”. Em "Vitalina Varela", o cineasta luso conta a história de uma mulher cabo-verdiana que chega a Portugal três dias após a morte do marido, depois de ter estado 25 anos à espera de um bilhete de avião.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, não perderam tempo a enviar os parabéns ao realizador. "Felicito o cineasta Pedro Costa pelo Leopardo de Ouro que o Festival de Locarno atribuiu a ‘Vitalina Varela'. Fiel às pequenas e grandes sagas das gentes de Cabo Verde, que em filmes anteriores fomos seguindo na companhia de Ventura, Pedro Costa mantém igualmente uma atenção inabalável às pessoas que filma. O que torna especialmente justo que Locarno tenha distinguido a atriz Vitalina Varela com o prémio de melhor interpretação feminina. Se o reconhecimento internacional de um cineasta português é sempre motivo de regozijo, é-o ainda mais quando demonstra que o cinema pode ser empatia intransigente e rigor fulgurante", pode ler-se numa mensagem assinada por Marcelo Rebelo de Sousa e publicada na página oficial da Presidência da República.
"A distinção conhecida hoje em Locarno sublinha a importância internacional do cinema de Pedro Costa. A atenção ao rigor dos detalhes, a comunhão das diferentes linguagens técnicas, como a fotografia e o som, e a entrega dos intérpretes a uma narrativa que questiona a perceção e a realidade, fazem do cinema de Pedro Costa um exemplo a destacar na história do cinema contemporâneo", diz Graça Fonseca, ministra da Cultura, lembrando que Vitalina Varela venceu também o prémio de melhor atriz na 19.ª edição dos Boccalini D’Oro, atribuídos pela crítica independente. "O Festival de Cinema de Locarno tem sido um lugar cúmplice para o cinema português", continua a governante, dando os exemplos de das distinções de 1987 (Leopardo de Ouro para “O Bobo”, de José Álvaro de Morais) e 2013, com o prémio especial do júri para “E agora, lembra-me?”, de Joaquim Pinto.