Após visitar a Barragem da Aguieira, em Mortágua, no distrito de Viseu, o primeiro-ministro António Costa explicou aos jornalistas que "produz-se, no interior do país, um quarto da energia elétrica que o país consome. Hoje, felizmente, já produzimos metade da energia que consumimos, que é renovável, e metade da energia renovável que consumimos é energia hidroelétrica" algo que "significa uma das grandes dívidas que o conjunto do país tem para com o interior”. No final do segundo dia do percurso que está a realizar pela Estrada Nacional 2 (EN2), o secretário-geral do PS avançou que escolheu passar pela barragem anteriormente mencionada "porque é muito importante e demonstra aquilo que todo o interior, e ao longo de toda a EN2 tem para oferecer a todo o país”.
Na manhã desta quarta-feira, Costa já havia visitado a Cooperativa Capuchinhas do Montemuro, na aldeia de Campo Benfeito, no concelho de Castro Daire, sendo que suspendeu a realização do percurso para, na próxima semana, iniciá-lo no Algarve e terminá-lo no Rio Mondego, em Coimbra. Contudo, em entrevista à agência Lusa, o primeiro-ministro não esqueceu as outras "oportunidades de desenvolvimento" existentes para além da energia: Costa evidenciou o investimento de 5.5 milhões de euros que será realizado pelo Grupo Visabeira "para aproveitamento dos recursos e oferta turística".
Neste sentido, o líder do Executivo afirmou que “convém não esquecer que o turismo é importante em si, é importante pelo que faz puxar pela indústria, do mobiliário, da louça, da cutelaria, pelo que significa de valorização de tudo o que são produções locais, mas para além do turismo, esta natureza natural extraordinária, que são os nossos rios e o seu aproveitamento como fonte de energia é um dos grandes contributos que o interior dá para o conjunto do país”. Assim, Costa referiu que urge encontrar "uma forma de utilizar este elemento como um fator de reforçar a coesão territorial, a coesão nacional, porque só desta forma equilibrada” é que se pode “ter um país globalmente mais desenvolvido no litoral, no interior e junto às regiões de fronteira”.
Naquilo que diz respeito à atualidade, o primeiro-ministro recusou prestar declarações, assegurando que “o que está em causa é o futuro” e, deste modo, “é muito importante, quando se vai partir para uma nova etapa, ir ao quilómetro zero e fazer o caminho todo para ganhar novas fontes de inspiração”.