Um casal australiano, na casa dos trinta anos, foi condenado a 18 meses de prisão – na forma de serviço comunitário – por ter deixado a filha bebé "severamente malnutrida" na medida em que lhe impôs uma dieta vegan "extremamente severa". A notícia foi divulgada pelo Seven News, um dos canais de televisão mais vistos no país. A menina, hoje com três anos, parecia ter três meses quando completou 19 meses de idade: sabe-se que era alimentada à base de aveia, batata, tostas e arroz. Aliás, a criança foi encontrada sem dentes, aos dois anos, quando foi institucionalizada no ano passado. Esta quinta-feira, quando a sentença foi proclamada no tribunal Sydney Downing Centre, a juíza Sarah Huggett criticou os progenitores por terem obrigado a filha a realizar uma dieta "completamente inadequada", acrescentando que estava "com pouco peso e um tamanho muito inferior àquele que se espera na sua idade".
Sublinhe-se que a bebé deu entrada numa instituição, em março do ano passado, quando a mãe contactou os serviços de emergência a alegar que a menor tinha desmaiado. Com os lábios azuis, os pés e as mãos frios, pouco açúcar no sangue e os músculos fracos, a menina não era capaz de acompanhar o ritmo de desenvolvimento das outras crianças: "não se sentava, não proferia uma única palavra, não conseguia comer sozinha nem brincar" esclareceu a responsável pelo abrigo às autoridades. É de realçar que a juiza adiantou que os pais "foram, inicialmente, incapazes de aceitar que a filha se encontrava naquela condição por estar malnutrida". O casal tinha outras duas crianças que, segundo aquilo que foi averiguado pelas forças de segurança, não cresceram com problemas. A BBC avançou que, à época do nascimento da terceira filha, a mãe sofria de depressão e tornou-se obcecada pelas suas crenças: uma delas, a dieta vegan.
No veganismo, são totalmente excluídos a carne, o peixe, os ovos, o mel, o leite, a manteiga e o queijo. A juíza Huggett criticou o pai da menor por não ter "feito nada" para modificar a situação em que esta se encontrava. "É da responsabilidade de todos os pais assegurarem que a dieta que escolhem para os seus filhos é equilibrada e contém uma quantidade suficiente de nutrientes essenciais para que o crescimento ocorra de forma positiva" explicou a magistrada, citada pela ABC. Quando foi resgatada pelas autoridades, a menina pesava somente 4 quilos e 900 gramas quando o peso médio apontado pelos especialistas, para uma criança de 19 meses, é de 10 quilos e 200 gramas.
Atualmente, a vítima vive com um familiar enquanto os pais estão a completar programas de parentalidade e nutrição. A menina já foi vacinada e frequenta sessões de terapia da fala e de fisioterapia.