E num ápice, todas as certezas se dissiparam e os prognósticos baseados nos primeiros jogos se alteraram: um FC Porto ferido no seu orgulho, depois da derrota em Barcelos a abrir o campeonato e do afastamento precoce da Liga dos Campeões, foi ao Estádio da Luz defrontar um Benfica que parecia imparável… e venceu por 2-0, aplicando a Bruno Lage a sua primeira derrota no campeonato desde que substituiu Rui Vitória, em Janeiro.
Esta foi, seguramente, uma das piores exibições do Benfica sob o comando de Lage – quiçá a pior. O FC Porto controlou as operações logo desde o primeiro minuto, com a primeira ameaça de golo a surgir aos 21', por Zé Luís, que viu Vlachodimos negar-lhe os intentos. Por pouco tempo: no canto que se seguiu, Ferro cabeceou contra as costas de Rúben Dias e Zé Luís, de calcanhar, pôs a bola pela primeira vez dentro da baliza encarnada.
Numa partida sem grandes ocasiões de golo, nada mais houve a registar de significativo na primeira parte. Ao intervalo, Bruno Lage trocou Samaris por Taarabt, mas nem por isso o Benfica melhorou sobremaneira. As melhores ocasiões, de resto, continuaram a pertencer aos dragões: aos 49', por exemplo, Vlachodimos deteve um verdadeiro míssil de Luis Díaz, seguindo-se duas perdidas incríveis de Zé Luís (59') e Marega (78'). O maliano, todavia, acabaria por se redimir a três minutos dos 90: servido de bandeja por Otávio, não falhou na cara do guardião internacional grego.
O Benfica ainda viria a marcar, já nos instantes finais da partida, mas o tento foi invalidado por Jorge Sousa com recurso ao VAR, pois Seferovic encontrava-se em posição irregular aquando do passe de Pizzi. Mantém-se assim inalcançável pelas águias um registo que já data de 1972/73: o de conseguir três vitórias consecutivas sobre os dragões na liga. Pelo contrário, acentua-se uma marca favorável ao FC Porto: tem mais triunfos (sete contra quatro) que os encarnados nos 17 jogos disputados entre ambos no novo Estádio da Luz (desde 2004).