"A Associação dos Profissionais da Guarda – APG/GNR oportunamente denunciou a forma pouca clara das colocações dos Cabos, quer por imposição quer por escolha": é deste modo que se inicia o comunicado que a Associação dos Profissionais da Guarda enviou, esta segunda-feira, às redações. Recorde-se que, no passado dia 16 de agosto, o Comando Geral da GNR adiantou que "os militares da GNR são colocados nos termos definidos no Estatuto dos Militares da Guarda e de normativos internos" e que aqueles "que concluem com aproveitamento cursos de promoção, reúnem condições de serem colocados por motivos de promoção quando esta se concretiza, independentemente da categoria (Oficiais, Sargentos ou Guardas)". No entanto, na sequência da decisão judicial de suspender as colocações, levada a cabo pelo Comandante-Geral, a APG esclareceu que "não foi tida nem achada" e que Luís Francisco Botelho Miguel "olha para as Associações no geral e para a APG/GNR em particular, como se adversários fossem".
De acordo com o texto anteriormente referido, a APG não pretende abordar a providência cautelar "pois desconhece quais os fundamentos e o que ficou suspenso" mas sim "a má gestão de todo o processo colocacional e que fez recair graves prejuízos não numa parte mas em todos, inclusive sobre aqueles que já estão há anos a aguardar nova colocação e que foram promovidos ainda pelo anterior Estatuto". Na ótica da associação, o objetivo do comandante Botelho Miguel é "dividir os profissionais e criar animosidades pouco salutares, pois saberá o Comando que muitos dos profissionais que iam hoje ser colocados por oferecimento estão já há anos a aguardar transferência para perto das suas famílias e (…) terão prejuízos maiores, pois compraram viagens para os locais de destino (nalguns casos das regiões autónomas), matricularam os filhos já nos locais para onde seriam transferidos e chegaram mesmo a entregar as habitações que tinham arrendadas nos locais onde prestavam serviço e onde inesperadamente vão continuar".
Sublinhe-se que, no comunicado, a APG questiona quem assumirá a responsabilidade financeira dos encargos que os Cabos tiveram bem como os danos morais nestes provocados, deixando claro que "o Comando da Guarda demonstrou um profundo desrespeito por aqueles cujos interesses devia zelar e que são inadmissíveis os prejuízos e divisões que criou, apenas porque oportunamente e quando alertado para tal não quis corrigir irregularidades que são da sua responsabilidade". Para a associação, o Comandante-Geral "não ouve os profissionais, gera revolta cada vez mais acentuada no seio da instituição, cria desigualdades, apenas trabalha a imagem da Instituição para fora, diga-se com cada vez mais sacrifícios para os profissionais e que simplesmente ignora o clima de desalento interno, acentuando a tónica do 'Dividir para reinar'" e, segundo a APG, a solução passa pela exoneração do cargo.