Dois cidadãos chineses foram detidos esta terça-feira, em Casacais, por tráfico de pessoas, sequestro e coação. A investigação realizada pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) e a Policia Nacional de Taiwan (CBI) conseguiu resgatar 17 cidadãos chineses que se encontravam sequestrados num "imóvel isolado na área de Cascais", pode-se ler no comunicado da PJ.
Os homens estavam "privados de liberdade, de documentos e impossibilitados de manter contactos com o exterior". O líder do grupo, um dos detidos, tinha um esquema de burlas montado e utilizava os 17 homens para concretizar o crime. As vítimas tinham que "manter contactos via internet, num esquema de burlas montado pelo arguido detido, com cidadãos da China continental, a quem eram extorquidos elevados montantes sob ameaça de perseguição policial e judicial naquele país".
Segundo as autoridades internacionais, os homens eram obrigados a fazer-se passar por funcionários de uma empresa de telecomunicação da China. Ligavam a clientes, alegavam que se passava algo de errado com os seu telemóveis e declaravam que para solucionar o problema teriam de fazer uma transferência bancária. Alguns chegavam a fazer-se passar por membros da polícia ou do Ministério Público para conseguir assustar as pessoas e obter rapidamente uma transferência do dinheiro.
O líder é um taiwanês cujo apelido é Hsi e, segundo a imprensa internacional, este terá aproveitado a facilidade com que os cidadãos de Taiwan entram em Portugal para conseguir realizar o crime. No espaço de uma semana, os homens terão conseguido roubar três milhões de dólares taiwaneses (86 mil euros).
As autoridades portuguesas constatam que esta foi "primeira vez na Europa que as autoridades policiais conseguiram desmantelar, em plena atuação, um grupo organizado deste tipo", segundo anuncia o comunicado.