Os pais da bebé Matilde falaram esta quinta-feira à comunicação social para esclarecer o futuro dos donativos de dois milhões e meio de euros conseguidos para ajudar a bebé que sofre de atrofia muscular espinhal. Miguel Sande e Carla Martins afirmaram que o valor angariado está numa conta apenas da Matilde e será distribuído por bebés com a mesma doença que a filha.
“Já contactámos os pais de algumas crianças e também nos chegam pedidos de famílias com outros problemas, mas sempre dissemos que a nossa prioridade é ajudar bebés com a mesma doença que a Matilde”, disse a mãe.
Até ao momento, os pais de Matilde disseram que retiraram da conta cerca de 50 mil euros – “quatro mil euros para fisioterapia” e o restante utilizado para ajudar outras crianças. O casal esclareceu ainda que a conta solidária não recebe donativos há mais de um mês e meio e que a conta ainda está a ser monitorizada.
Sobre a razão pela qual o casal deixou de publicar os extratos da conta bancária na rede social Facebook, o pai de Matilde explicou que lhes foram apresentados “os riscos e as consequências”. “Nós temos mais filhos e temos que nos proteger”, acrescentou Carla Martins.
Neste momento e, apesar de os pais afirmarem que vão usar o dinheiro para fins idênticos, o montante já não se destina ao pagamento da medicação para a qual os portugueses contribuíram, uma vez que tanto Matilde quanto Natália receberam o tratamento pago pelos cofres públicos.
Tal como o i avançou esta quinta-feira, uma vez que o medicamento foi administrado de forma gratuita, a isenção de imposto sobre os 2,5 milhões de euros poderá vir a ser posta em causa. Além disso, a monitorização da conta deixou de ser feita. “Em termos de fiscalização, da competência da SGAI [Secretaria Geral da Administração Interna], existe comunicação da CGD do encerramento da conta e do saldo da mesma à data, bem como se verificou que o valor total angariado foi publicitado em órgão de comunicação social, nomeadamente em canal televisivo de âmbito nacional”, avançou o Ministério da Administração Interna.
Esta quinta-feira, os pais de Matilde esclareceram ainda que a filha reagiu bem ao medicamento Zolgensma – o fármaco mais caro do mundo e, até agora, só disponível nos Estados Unidos. Agora, o caminho a percorrer ainda é longo e a criança irá precisar de “terapias, equipamentos e acompanhamento semanal”.