A história passa-se no sumptuoso salão dos mortos, o Valhala. Doze deuses estão sentados à mesa num jantar festivo quando entra em cena um comensal que não fora convidado. O 13.º elemento é o malévolo Loki, que convence Hoder, a deusa das trevas, a atingir o deus da alegria, Balder o Belo, com uma seta com a ponta em forma de folha de azevinho. Balder morre e a partir daí a Terra fica às escuras.
A morte de Balder o Belo tem semelhanças evidentes com a Última Ceia. Também aí eram 13 pessoas à mesa – e uma delas morreu. Muitos acreditam, de resto, que Jesus Cristo foi crucificado a uma sexta-feira 13. E entre cristãos existe também a convicção de que foi a uma sexta-feira 13 que Caim chacinou Abel.
Mas, afinal, qual é o problema com o número 13? A matemática pode ter a explicação. Para os numerologistas, o doze é um número completo, uma espécie de número mágico. Detém um papel importante em várias religiões – os doze deuses do Olimpo, as doze tribos de Israel, os doze apóstolos – mas não só. Veja-se os doze meses do ano, os doze signos do zodíaco, os doze trabalhos de Hércules ou as doze badaladas.
Ao exceder esse valor perfeito, o treze, dizem os numerologistas, subverte-o e torna-se um número associado à instabilidade e à má sorte.
Mas há quem encontre também alguma justificação histórica para esta conotação negativa do 13. Segundo o escritor Dan Brown, a 13 de Outubro de 1307, uma sexta-feira, centenas de templários foram detidos e queimados por toda a França. Outros apontam o desastre da Apollo 13 como prova de que o número é sinal de mau augúrio.
Muitos hotéis, pela carga do 13, não têm quartos com este número e, nas ruas de Florença, a porta entre os números 12 e 14 é frequentemente designada por 12 ½, para despistar o azar. Já em França, os quatorziens – convidados de última hora – disponibilizam-se para ‘arredondar’ o número de pessoas à mesa, evitando assim quaisquer paralelismos quer com a Última Ceia, quer com o jantar de Valhala.