Começou, esta terça-feira, o julgamento de Vitorino Neves, o homem que assassinou João Calado num café em Marinhais, Salvaterra de Magos, durante um jogo de futebol.
Segundo o Correio da Manhã, o arguido mostrou-se “profundamente arrependido”. Além de chorar, Vitorino Neves pediu perdão à família da vítima. No entanto, ao logo da primeira sessão do julgamento, o homem nunca explicou os motivos da discussão que decorreu depois do jogo entre o Benfica e o FC Porto, no passado dia 7 de outubro de 2018.
De acordo com o mesmo jornal, Vitorino Neves alegou que foi a vítima que o chamou ao intervalo do jogo para fora do café. Já no exterior, João Calado, de 56 anos, terá começado a agredi-lo “com uma moca” sem razão aparente.
O arguido garante que, apesar de surpreso, conseguiu defender-se e tirar a moca à vítima, que posteriormente se começou a dirigir à bagageira do seu carro.
Vitorino Neves alega que acreditava que João Calado ia buscar à viatura uma arma de fogo e, para o evitar, tirou do bolso um canivete que tinha sempre consigo e foi atrás da vítima, acabando por esfaqueá-la, mas sem o objetivo de a querer atingir perto do coração ou de imaginar que a podia matar.
Escreve o Correio da Manhã que tanto o coletivo de juízes como a Procuradora do MP não ficaram convencidos com a versão do arguido e questionaram-no sobre o facto de ter pontapeado a vítima, por duas vezes, quando esta já estava no chão a sangrar, e de se ter ido embora para casa onde despiu a roupa ensanguentada e tomou banho antes de voltar ao local do crime e se entregar às autoridades.
O homem confessou ainda que, no âmbito de um convívio de amigos, ingeriu bebidas alcoólicas durante a tarde e que só “conhecia de vista” a vítima. Vitorino Neves alega que só trocava cumprimentos de circunstância quando encontrava João Calado na vila.