O CDS tem uma estratégia de campanha para passar a mensagem de dramatização: quem do centro-direita ficar em casa pode estar a dar votos…. à esquerda. É o caso dos círculos eleitorais de Santarém, Viseu ou Setúbal, onde os votos tanto podem permitir a eleição de um deputado do CDS como do PS ou do Bloco de Esquerda. «Vejo pessoas do centro-direita que assumem que o PS ganhou e que acham que não vale a pena votar», afirmou Assunção Cristas, em entrevista à CMTV esta semana, num alerta que irá repetir várias vezes e perante diferentes públicos durante o período oficial de campanha eleitoral.
A líder do CDS já está na estrada há várias semanas, fazendo, em média, duas ações por dia.
No período de campanha oficial (22 de setembro a 4 de outubro), Assunção Cristas corre contra o tempo para percorrer o maior número possível de distritos – há dias em que estará em três (27 de setembro e 3 de outubro), sendo que o último dia de campanha será feito em contrarrelógio: Porto, Leiria, Setúbal e Lisboa.
Em 2017, no primeiro teste eleitoral, Cristas conseguiu ultrapassar o PSD nas autárquicas em Lisboa, e, na altura, prometeu «superar as expectativas». Com o resultado nas eleições europeias e a falha de objetivos, o ânimo do CDS baixou substancialmente, e até há quem receie um resultado a fazer lembrar os números de 1987 quando o CDS só elegeu quatro deputados. O grupo parlamentar ficou, então, conhecido como o partido do táxi, porque a representação parlamentar caberia toda naquele meio de transporte público. De acordo com informações recolhidas pelo SOL, o medo de um resultado similar não é generalizado, mas teme-se a perda de alguns mandatos, com círculos eleitorais sem qualquer representação. Talvez, por isso, Assunção Cristas não se canse de dramatizar um eventual cenário de maioria absoluta do PS, com os socialistas reforçados. Assim, o CDS está apostado em tentar convencer quem se abstém e é do centro-direita a ir votar, mesmo que exista a perceção de que os socialistas podem ganhar as eleições legislativas de 6 de outubro.
Em termos de campanha eleitoral oficial, Cristas estará nos distritos de Lisboa, Setúbal, Braga, Vila Real, Viseu , Leiria, Santarém, Aveiro, Faro, Coimbra, Viana do Castelo e Porto, ou seja, doze distritos. A campanha termina em Lisboa e Cristas tem previstos três jantares-comício: Braga, Aveiro e Porto, todos a Norte.
Ontem esteve em Setúbal, em Évora e no fim de semana estará na Covilhã, Santarém e, na Guarda, na Feira Farta.
No final da campanha, a líder do CDS contará com notáveis do partido para ajudar na mobilização interna e no apelo ao voto. É expectável que Paulo Portas (ex-líder do CDS), por exemplo, entre na caravana eleitoral. Mas a lista de pesos pesados centristas só será divulgada mais à frente.