A decisão de banir a carne de vaca da Universidade de Coimbra a partir do próximo ano deu origem a uma chuva de críticas vindas, sobretudo, dos produtores de bovinos. E a Associação de Criadores de Bovinos da Raça Alentejana decidiu enviar uma carta aberta a Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra.
No documento enviado na passada quinta-feira, a associação responsável pela criação de bovinos no Alentejo apelidou a medida de Amílcar Falcão de “injustificada, aberrante e geradora de prejuízos a todos os criadores portugueses de bovinos”.
Para a associação, a justificação dada para eliminar a carne de vaca da unidade de ensino – que se prende, essencialmente, com a redução das emissão de dióxido de carbono – não faz sentido. “Está mais do que cientificamente comprovado que as pastagens biodiversas fixam mais toneladas de carbono do que aquelas que são geradas pela criação de bovinos”, diz a associação, acrescentando que “o estudo da EPA [Agência de Proteção Animal Norte-Americana] aponta” que as emissões resultantes da criação de bovinos é de “2%”.
Estas decisões, dizem os criadores de bovinos, “destituídas de qualquer fundamento cientifico, emitidas por um reitor de uma das mais prestigiadas universidades portuguesas causam a toda a produção bovina portuguesa prejuízos incomensuráveis”. A proibição de carne de vaca é ainda associada, a outro fator: os incêndios. “Saberá o senhor reitor que grande parte dos incêndios (…) se devem ao abandono de muitas terras onde antes existia abundante pastorícia, que face à ausência de medidas, não permitiram a manutenção das populações no interior do país?”, questiona a associação.