Kristalina Georgieva tornou-se esta quarta-feira oficialmente a segunda mulher a liderar o Fundo Monetário Internacional (FMI). O anúncio foi feito ao final da tarde de ontem pelo conselho de diretores da instituição.
A ex-diretora executiva do Banco Mundial sucede assim a Christine Lagarde, que irá assumir funções à frente do Banco Central Europeu. O mandato de Georgieva no FMI tem duração de cinco anos e arranca no dia 1 de outubro.
Em agosto, Kristalina Georgieva foi a candidata escolhida pela Europa para liderar o FMI. A escolha durou vários dias e foram precisas muitas negociações para chegar a um consenso. O primeiro a sair da corrida foi o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno. Depois, foi a vez da ministra espanhola Nadia Calviño. Seguiu-se a desistência do antigo comissário europeu e atual governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn.
A disputa final foi entre a economista búlgara e o holandês Jeroen Dijsselbloem, que antecedeu Centeno na liderança grupo informal que reúne os ministros das Finanças dos Estados-membros da União_Europeia. Apesar de não ter alcançado a maioria qualificada, conseguindo o apoio dos países que representam apenas 57% da população da União Europeia, e de ter arrecadado poucos mais votos que Jeroen Dijsselbloem, a búlgara Kristalina Georgieva foi a escolhida para avançar no processo de sucessão da francesa Christine Lagarde.
Carreira internacional Além de ser a segunda mulher a ocupar o cargo, Georgieva é a primeira diretora-geral do FMI proveniente de um país pertencente às chamadas economias emergentes. A economista de 66 anos cresceu na Bulgária, na altura da chamada ‘cortina de ferro’ e da liderança comunista. É conhecida por ser uma voz ativa na defesa da igualdade de género e na luta contras as alterações climáticas.
O currículo mostra o seu longo percurso pelas entidades europeias: entre 2010 e 2014 foi Comissária Europeia para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises e para a Cooperação Internacional e Desenvolvimento; Entre 2014 e 2016 assumiu as funções de Comissária Europeia para o Orçamento e Recursos Humanos, um dos cargos mais importantes deste organismo europeu.
Mas a sua carreira foi feita no Banco Mundial, onde começou a trabalhar em 1993, saindo em 2010 para integrar os órgãos da Comissão Europeia. Assumiu o cargo de diretora executiva em janeiro de 2017, cargo que iá agora abandonar para assumir a liderança do FMI.