O Supremo Tribunal italiano declarou que a morte assistida não é crime, caso a pessoa que quer pôr fim à vida sofra de uma condição “que cause sofrimento físico ou psicológico que considere intolerável”. A decisão é relativa ao caso de Fabiano “Fabo” Antoniani, um conhecido DJ italiano que ficou cego e tetraplégico num acidente de automóvel.
O desastre ocorreu em 2014, quando músico italiano voltava de uma discoteca em Milão. Ficou incapacitado de respirar e comer sem auxílio, num “inferno de dor”, segundo o próprio. Antoniani lutou pelo direito a morrer em Itália, mas após não o conseguir, escolheu morrer numa clínica na Suiça. “Infelizmente, cheguei aqui por mim mesmo, não com a ajuda do meu país”, afirmou antes da sua morte, com 40 anos.
Antoniani foi acompanhado pelo ativista Marco Cappato, que arriscava uma pena até 12 anos de prisão, por “instigar ou auxiliar ao suicídio”. Após a decisão judicial, Cappato declarou: “A partir de hoje somos todos mais livres, até aqueles que discordam”. Como é o caso da Igreja Católica – muito poderosa em Itália. Ainda recentemente, o Papa Francisco pediu aos fiéis que “rejeitem a tentação” de “satisfazer o possível desejo de uma doente de morrer”.