O CDS já está a pensar no dia a seguir às eleições e nos bastidores já começaram a surgir conversas sobre a próxima liderança do partido. Em cima da mesa há várias possibilidades. Tudo depende dos resultados, mas ninguém ignora que tudo pode mudar a seguir ao dia 6 de outubro. «Um mau resultado pode levar o partido a uma situação muito complicada. O CDS não pode correr o risco de se tornar um partido insignificante», diz ao SOL um conselheiro nacional.
Com as sondagens a apontarem para uma derrota pesada, os centristas já falam na possibilidade de Assunção Cristas se demitir na noite eleitoral. A líder do partido não abriu o jogo durante a campanha, mas depois da derrota nas europeias tem pouca margem para continuar se perder por muitos. É, perante este cenário, que começam a surgir nomes para a liderança. Com Nuno Melo pouco ou nada interessado em sair de Bruxelas, os centristas apostam em Luís Pedro Mota Soares.
O ex-ministro da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social tem a desvantagem de não estar no Parlamento, mas, ao que SOL apurou, é um dos nomes mais acarinhados por Paulo Portas. Só avança, porém, se Assunção Cristas não se recandidatar à liderança no congresso que está agendado para o início do próximo ano.
Nuno Melo seria outra das hipóteses fortes no caso de Cristas sair, mas não quer. Foi eleito recentemente para o Parlamento Europeu e não tenciona deixar o cargo. Já não é a primeira vez que Melo rejeita ser candidato à liderança. Quando Paulo Portas saiu, em 2016, decidiu não avançar com o argumento de que gosta de cumprir os mandatos até ao fim. Argumentou ainda que o líder do partido deve estar na Assembleia da República para debater com o primeiro-ministro.
Em campanha, a líder do CDS esforçou-se para captar o maior número de votos: «A minha força está nas vossas mãos, está na força que derem a esta lista. Se tivermos os vossos votos, podemos falar mais alto, na governação e na oposição».
Os centristas acreditam que podem perder mandatos, mas ainda assim, a noite eleitoral pode não ser tão má quanto as sondagens apontam. Por isso, é preciso perceber os efeitos dos últimos dias de campanha eleitoral.
*com Cristina Rita