A central nuclear de Almaraz, situada a 100 quilómetros de Portugal, numa das margens do rio Tejo, parou os trabalhos hoje e assim vai continuar nos próximos dias. Em causa estão trabalhos de manutenção e recargas de combustível.
Em comunicado, a empresa espanhola responsável pela central nuclear, anunciou que esta será 25.ª recarga de combustível, o que permitirá “iniciar um novo ciclo de operações”. Nos trabalhos de recarga de combustível estarão mais de 1000 trabalhadores de 70 empresas de serviços que “receberam a formação adequada”, para que seja evitado “o erro humano na execução dos trabalhos programados”.
No início do ano, a empresa chegou a um acordo com o Governo espanhol e, por isso, a atividade da central nuclear deverá manter-se até 2028. A central tem dois reatores – o reator I deverá produzir energia elétrica durante sete anos e o reator II deverá trabalhar durante oito. Relativamente ao segundo reator, a empresa indicou que a unidade “completou seis anos sem registar nenhuma paragem automática” e conseguiu alcançar “os seus melhores dados”.
O acordo com o Governo espanhol para prolongar os trabalhos na central já levantou muitos protestos e, no início do ano, o eurodeputado José Inácio Faria, questionou a Comissão Europeia sobre o segundo adiamento do encerramento da central nuclear. Inicialmente, estava previsto que os reatores fossem desativados em 2023 e 2024, mas essa decisão acabou por não ser validada.
Risco sísmico, proximidade ao curso de água do rio Tejo – que afeta os portugueses – são algumas das preocupações.