Os líderes políticos catalães envolvidos na tentativa de proclamação de independência da região em 2017 deverão ser condenados pelo Tribunal Supremo espanhol por delitos de sedição e desvio de fundos públicos, numa sentença que será lida já na segunda-feira, de acordo com "fontes do tribunal" citadas pela comunicação social espanhola.
Nos últimos dias, centenas de agentes foram enviados pelo Governo espanhol para aquela região, de modo a garantir a segurança da mesma, temendo-se as consequências para a ordem pública da esperada condenação dos líderes políticos independentistas.
O Ministério Público pedia que o Tribunal reconhecesse os incidentes ocorridos em 2017 como rebelião (um "golpe de Estado que procurou alterar a Constituição espanhola com violência suficiente"), algo que os magistrados não acataram: o Advogado do Estado admitiu ter havido alguma violência, mas contrapôs que esse não foi o "elemento estrutural" do ocorrido.
As penas pela condenação por delitos de sedição e desvio de fundos públicos podem ir até aos 15 anos de prisão, estando entre os principais líderes da tentativa de autodeterminação o ex-vice-presidente do executivo regional Oriol Junqueras e os conselheiros Joaquim Forn, Josep Rull, Jordi Turull y Raul Romeva. Já os ex-conselheiros Santi Vila, Carles Mundó e Meritxell Borràs deverão ser condenados apenas por desobediência, um delito que não acarreta pena de prisão.
Ao todo, são 12 os independentistas que aguardam a leitura da sentença pelo seu envolvimento nos acontecimentos: nove deles estão presos, acusados de "rebelião". Charles Puigdemont, ex-presidente do executivo regional, faz parte de um grupo de separatistas que continuam fugidos no estrangeiro e não foram julgados – Espanha não julga pessoas à revelia.