«Precisamos de mais investimentos em serviços. E não devemos permitir que o estigma afaste as pessoas da ajuda de que precisam». O alerta foi feito esta quinta-feira pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, no Dia Mundial da Saúde Mental, que este ano alertou para a necessidade de reforçar a prevenção do suicídio. A nível mundial, é a causa de morte de 800 mil pessoas por ano, uma morte a cada 40 segundos.
Em Portugal, os últimos dados tratados do INE são de 2017, ano em que 1048 pessoas puseram fim à vida. A taxa de mortalidade por lesões auto provocadas aumentou face ao ano anterior, de 9,4 para 10,2 mortes por 100 mil habitantes no território nacional. A taxa de mortalidade por suicídio entre os homens é mais do dobro da das mulheres – 16 mortes por 100 mil habitantes. Houve aumentos em diferentes grupos etários e a taxa de mortalidade entre os jovens entre os 15 e 24 anos foi uma das mais elevadas dos últimos anos. Neste grupo etário houve 42 mortes.
Aos JN, especialistas defenderam cautela na análise das variações anuais, dado serem números pequenos, mas os médicos alertam para a falta de pedopsiquiatras no país. Também a Ordem dos Psicólogos tem alertado para a falta de psicólogos no SNS: neste momento os centros de saúde têm 200 psicólogos e a Ordem defende que deveriam ter o dobro.
Em 2018, o Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM atendeu mais de 20 mil chamadas e registou 7833 ocorrências, entre as quais 4074 casos relacionados com comportamentos suicidários.
Cerca de 90% dos casos de suicídio estão relacionados com quadros de depressão.