Rosa Maria Cruz, a portuguesa que durante dois anos escondeu a filha entre a mala do carro e um quatro obscuro no fundo de uma habitação, em França, viu esta quarta-feira a sentença de cinco anos de prisão, com três anos de pena suspensa, ser agravada para cinco anos de pena efetiva.
A sentença foi agravada depois de um recurso do Ministério Público.
Recorde-se que a mulher, que tem mais três filhos, rejeitou e escondeu a gravidez. A criança, França Serena, só foi descoberta em 2013, dois anos depois de nascer.
Os irmãos e o pai da criança não sabiam da existência da menina.
Rosa Cruz começou a ser julgada em novembro do ano passado em Tulle. Na altura, o Ministério Público pedia uma pena de oito anos de prisão por esta ter causado profundos atrasos no desenvolvimento físico e mental da criança.
Depois de o Tribunal condenar a mulher a uma pena de cinco anos de prisão, com três anos de pena suspensa, o Ministério Público avançou com um recurso onde pedia uma sentença de 10 anos. No entanto, o Tribunal de Recurso de Limoges acabou por agravar a sentença para o seu cumprimento efetivo.
Rosa Cruz perdeu ainda os direitos parentais sob Serena.
Em 2013, a menina foi descoberta quando foi a uma oficina de Terrasson. Contudo, o facto de não querer abrir a mala da viatura de onde vinha barulho levou os mecânicos a desconfiar.
"Descobri a menina no fundo da mala, nua, ao lado de uma alcofa podre, nojenta. Dei um salto para trás por causa do cheiro", contou na altura um funcionário daquela oficina, revelando ainda que Serena era “branca como a cal”, estava deitada sobre sacos do lixo e rodeada dos próprios excrementos. Do seu lado, a criança tinha ainda um biberão com leite fermentado.