Um homem de 34 anos foi acusado de maltratar o avô e de lhe roubar o dinheiro das reformas, no Porto. Apesar de o homem ter assumido a responsabilidade de tomar conta do idoso acabou por exonerar-se de cuidar da vítima, que faleceu em 2017. Desde abril de 2015 até ao ano de 2017, o neto ficava com o dinheiro da Segurança Social do avô: a pensão de velhice – 497,24 euros mensais – e a pensão de sobrevivência – 184,37 euros.
Sem dinheiro, o idoso deixou de conseguir pagar as contas da casa, o que levou ao corte da luz, água e do fornecimento de refeições ao domicílio. Sem o apoio de ninguém, o octogenário deixou também de conseguir comparecer às consultas médicas que tinha marcadas.
A 22 de setembro de 2016, durante uma visita dos funcionários da Segurança Social à casa do idoso, os técnicos aperceberam-se de que a casa não apresentava condições de higiene e que não era limpa há bastante tempo. Questionado pelos funcionários, o idoso admitiu que ainda não tinha comido nada e queixou-se de dores no estômago.
Depois desta situação, a Cruz Vermelha começou a acompanhar de perto o idoso e decidiu interná-lo num hospital, depois de a sua saúde começar a deteriorizar-se. No entanto, o idoso não estava em casa e foi encontrado dois dias depois em casa do neto.
O homem acabou por ir para um lar, no Caramulo, distrito de Viseu, quando a sua saúde já se encontrava muito débil e morreu pouco tempo depois, no dia 29 de abril de 2017.
O neto foi acusado de um crime de maus tratos e outros de furto qualificado. O julgamento irá ter inicio no dia 13 de novembro, no Porto.