A família do bebé que nasceu a 7 de outubro com malformações graves no rosto e no crânio entregou ontem na Ordem dos Médicos uma queixa formal contra o obstetra Artur Carvalho. A madrinha de Rodrigo confirmou ao i que foi entregue toda a documentação e as ecografias feitas durante a gravidez pelo médico, que não detetou as malformações. “A minha expectativa é que o médico seja severamente punido pelos erros que cometeu”, disse Tânia Contente, porta-voz da família desde que o caso veio a público.
O recém-nascido, a quem os médicos deram poucas horas de vida, permanece internado no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, com um prognóstico muito reservado e a família está a receber apoio psicológico. Para esta tarde, pelas 18h, está marcada uma reunião do conselho disciplinar do Sul da Ordem sobre os casos que envolvem Artur Carvalho. No fim de semana, o responsável por este órgão adiantou que serão avaliados cinco processos disciplinares que antes deste caso já estavam em curso contra o obstetra, não revelando detalhes sobre os mesmos. O processo mais antigo em instrução remonta a 2013, tendo-se seguido queixas em 2014, 2015, 2017 e já este ano. Com a participação feita pela família, o conselho já terá assim em mãos informação clínica sobre o caso de Rodrigo.
Na sexta-feira, o bastonário dos Médicos pediu urgência na inquirição do médico, passo necessário para que possa ser determinada uma eventual suspensão preventiva. A medida só pode ser decretada perante uma infração que corresponda às sanções mais graves: suspensão e expulsão. Antes destes casos, o médico já tinha sido alvo de quatro processos disciplinares, todos arquivados. Em 2011 foi também alvo de um inquérito do MP num caso de malformações, processo arquivado por não se ter verificado má prática.