O tempo de espera para venda de apartamentos e moradias em Portugal tem vindo a alargar-se. E de acordo com os dados da Imovendo, consultora imobiliária, cerca de 30% dos imóveis demoram mais de um ano a vender.
Segundo os mesmos dados, o tempo de divulgação dos imóveis regista, em média, uma espera superior a um ano para uma percentagem significativa de apartamentos e moradias (22,5% e 37,5%, respetivamente).
Por outro lado, a entrada de produto novo no mercado é inferior a 15% para apartamentos e de 8% para moradias, “o que revela um enorme constrangimento do lado da oferta, nomeadamente de produto novo”, acrescentando o mesmo documento que “há uma enorme escassez de novos imóveis para venda, não refletindo os anúncios existentes nos portais o verdadeiro dinamismo do lado da oferta, na medida em que apenas revelam novas angariações de imóveis que, não raras vezes, já se encontravam à venda por outras empresas de mediação imobiliária”.
O estudo demonstra ainda a existência de mais mil empresas de mediação imobiliária do que no período homólogo (setembro de 2018), registando-se um número recorde nacional de 7112 empresas em atividade (mais 14,3% do que há apenas 12 meses).
Este crescimento exponencial do número de empresas resulta de três grandes fatores: a gradual legalização de profissionais que atuavam enquanto gestores de imóveis; o caráter apelativo que o imobiliário continua a suscitar; e a fragmentação e atomização das empresas de mediação imobiliária tradicionais em entidades cada vez mais pequenas e alavancadas na tecnologia.
Avaliação bancária sobe Estes dados surgem no mesmo dia em que é divulgado que a avaliação que os bancos fazem das casas voltou a subir em setembro, estando agora em 1299 euros por metro quadrado. Os dados foram anunciados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e representam um aumento de 11 euros em relação ao mês anterior. Este valor representa um aumento de 0,9% relativamente a agosto e de 7,8% face ao mesmo mês do ano anterior.
Em comparação com o período homólogo, o valor médio das avaliações cresceu 7,8%, tendo o valor de apartamentos e moradias aumentado 9,6% e 4,8%, respetivamente, ainda segundo os números do INE.
A taxa de variação homóloga mais elevada para o conjunto das avaliações verificou-se na Área Metropolitana de Lisboa (8,7%). Por outro lado, a menor foi registada na região do Alentejo (4,2%).
Por sua vez, as regiões das Beiras e serra da Estrela, Beira Baixa e Alto Tâmega foram as que apresentaram os valores mais baixos em relação à média nacional (menos 29%, 24% e 24%, respetivamente).